ARBORIZAÇÃO URBANA

Região central de Campo Grande possui cerca de 550 conflitos de arborização urbana

Podas irregulares, plantio de árvores inadequadas, desrespeito às áreas livres de circulação de pedestres e situações que interferem na rede elétrica e na estrutura de saneamento são alguns dos conflitos identificados

Jean Celso, Jhayne Lima e Leticia Marquine28/05/2019 - 12h05
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A arborização urbana da região central de Campo Grande possui cerca de 550 irregularidades, de acordo com informações do Grupo Técnico de Arborização Urbana da Prefeitura Municipal de Campo Grande, apresentadas pela chefe da Divisão de Parques e Praças (Dipra) da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), Bruna Zucarelli.  O Grupo analisou uma área de aproximadamente cinco mil metros quadrados, onde foram observadas as características de quase seis mil árvores de 43 espécies diferentes, para identificar os conflitos entre infraestrutura, passeios públicos e arborização urbana central.

O mapeamento realizado identificou problemas relacionados a podas proibidas ou inadequadas, plantio de espécies contraindicadas para o local, calçadas que dificultam absorção de água. O Grupo Técnico realiza podas, retirada de árvores, abertura de área livre e plantio de árvores recomendadas para o local para controle dos problemas identificados. O Grupo tem como objetivo realizar intervenções na região central da capital. É coordenado pela Planurb, em parceria com a Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica de Mato Grosso do Sul (SEGOV), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) e Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP).

O engenheiro ambiental Ariel Ortiz explica que arborização urbana é o conjunto de todos os exemplares de árvores que compõem a vegetação localizada na área urbana que pode causar problemas à população pelo plantio ou manejo inadequado. “Além da função ecológica, existe uma função estética também. Elas propiciam o embelezamento e a melhoria do ambiente urbano. A arborização trata de cuidar dessa parte da cidade, pensando desde o plantio, o corte, a poda, para melhorar essa eficiência ecológica dela”.

Ortiz afirma que por meio da arborização é possível ter um conforto técnico, redução dos níveis de partículas de poeira, ou seja, melhora a qualidade do ar, além de reduzir o nível de ruídos e controlar a poluição sonora. A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) define 15 m²/ habitante como o índice mínimo ideal de cobertura vegetal e, segundo informações da Semadur na internet, Campo Grande atinge 74 m²/habitante.

A prefeitura e a Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram leis, regulamentos e decretos que dispõem sobre a arborização urbana como o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) de 2010, a Lei Complementar nº 184 de 2011  e o Decreto nº 11.971 de 2012. O PDAU de 2010 apresenta um mapeamento com dados de área, população e quantidade de árvores em cada região de Campo Grande, além de disponibilizar informações sobre o plantio e manejo de espécies adequadas para a região.

O plantio inadequado de espécies pode causar danos à infraestrutura (Foto: Leticia Marquine)

A chefe da Divisão de Parques e Praças (Dipra) da Planurb afirma que as podas, criação de área livre e novos plantios de árvore são necessários para melhorar a qualidade de vida da população. “A gente sabe que, pelo alto fluxo de carros e de pessoas, o centro é um dos locais que não tem o microclima que pode ser não muito agradável. A presença de árvore facilita para que as pessoas tenham maior conforto até para fazer suas compras”.

Para comerciante da região, plantio de árvores é necessário (Foto: Jhayne Lima)

A comerciante Luciane Araújo mora na região central há 52 anos e afirma que o local onde vive nunca teve arborização adequada e comenta que os cuidados devem partir da população e dos órgãos responsáveis. “Aqui nunca teve arborização. Falta verde, falta ar puro. Logicamente precisa ter os cuidados, não adianta plantar e outra pessoa vir destruir”.

Luciane Araújo, dona de uma loja de produtos naturais localizada há mais de 10 anos na avenida Calógeras, considera necessária a arborização adequada na região central. “Aqui é até mais quente que nos outros bairros por falta da arborização. Algumas pessoas andam de sombrinha, com as árvores e as sombras ficaria muito melhor, seria o ideal. Mas é claro que a população precisa cuidar”.

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