O engenheiro ambiental Ariel Ortiz explica que arborização urbana é o conjunto de todos os exemplares de árvores que compõem a vegetação localizada na área urbana que pode causar problemas à população pelo plantio ou manejo inadequado. “Além da função ecológica, existe uma função estética também. Elas propiciam o embelezamento e a melhoria do ambiente urbano. A arborização trata de cuidar dessa parte da cidade, pensando desde o plantio, o corte, a poda, para melhorar essa eficiência ecológica dela”.
Ortiz afirma que por meio da arborização é possível ter um conforto técnico, redução dos níveis de partículas de poeira, ou seja, melhora a qualidade do ar, além de reduzir o nível de ruídos e controlar a poluição sonora. A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) define 15 m²/ habitante como o índice mínimo ideal de cobertura vegetal e, segundo informações da Semadur na internet, Campo Grande atinge 74 m²/habitante.
A prefeitura e a Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram leis, regulamentos e decretos que dispõem sobre a arborização urbana como o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) de 2010, a Lei Complementar nº 184 de 2011 e o Decreto nº 11.971 de 2012. O PDAU de 2010 apresenta um mapeamento com dados de área, população e quantidade de árvores em cada região de Campo Grande, além de disponibilizar informações sobre o plantio e manejo de espécies adequadas para a região.
O plantio inadequado de espécies pode causar danos à infraestrutura (Foto: Leticia Marquine)
A chefe da Divisão de Parques e Praças (Dipra) da Planurb afirma que as podas, criação de área livre e novos plantios de árvore são necessários para melhorar a qualidade de vida da população. “A gente sabe que, pelo alto fluxo de carros e de pessoas, o centro é um dos locais que não tem o microclima que pode ser não muito agradável. A presença de árvore facilita para que as pessoas tenham maior conforto até para fazer suas compras”.
Para comerciante da região, plantio de árvores é necessário (Foto: Jhayne Lima)
A comerciante Luciane Araújo mora na região central há 52 anos e afirma que o local onde vive nunca teve arborização adequada e comenta que os cuidados devem partir da população e dos órgãos responsáveis. “Aqui nunca teve arborização. Falta verde, falta ar puro. Logicamente precisa ter os cuidados, não adianta plantar e outra pessoa vir destruir”.
Luciane Araújo, dona de uma loja de produtos naturais localizada há mais de 10 anos na avenida Calógeras, considera necessária a arborização adequada na região central. “Aqui é até mais quente que nos outros bairros por falta da arborização. Algumas pessoas andam de sombrinha, com as árvores e as sombras ficaria muito melhor, seria o ideal. Mas é claro que a população precisa cuidar”.