TURISMO

Mato Grosso do Sul é eleito o destino mais hospitaleiro de 2017

Levantamento realizado pelo Ministério do Turismo revela índice de 99,8 de aprovação por turistas estrangeiros

CAIO TERUEL, MARCOS SAUCEDO E MYLENA FRAIHA 1/10/2018 - 09h38
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Mato Grosso do Sul foi eleito o destino turístico mais hospitaleiro, segundo turistas estrangeiros que visitaram o estado em 2017. De acordo com o levantamento feito pelo Ministério do Turismo, a hospitalidade do estado foi o ítem mais bem avaliado de um total de 19 quesitos. O estado obteve uma aprovação de 99,8 dos visitantes, o número mais alto dentre os 17 estados pesquisados.

Depois do Mato Grosso do Sul, as melhores avaliações ficaram com os estados da região Sul, Santa Catarina (99,2%), Rio Grande do Sul (98,9%) e Paraná (98,5%). São Paulo e Rio Grande do Norte vieram na sequência, empatados com 98,4%. O Estudo da Demanda Turística Internacional, entrevistou 35,5 mil estrangeiros em 15 aeroportos internacionais e 10 fronteiras terrestres.

De acordo com o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Bruno Wendling, a cultura sul-mato-grossense e a receptividade foram os principais fatores que contribuem para a primeira colocação. “Os turistas internacionais são muito sensíveis a essa autenticidade do povo brasileiro. Eu acho que nada melhor do que o homem pantaneiro para poder representar isso, aliado claro, ao trabalho de empresário que estão a frente de seus negócios, que primam pelo atendimento e pela qualificação de seus funcionários".

  Wendling ressalta a importância das novas rotas turísticas do MS (Foto: Caio Teruel)

Para Wendling, isso é resultado da consolidação do mercado turístico no estado. O desenvolvimento da infra-estrutura, o aumento da rede hoteleira e novas rotas turísticas possibilitam bons resultados. “Mato Grosso do Sul possui dois dos principais destinos do país que são Bonito e o Pantanal. Bonito, por exemplo, está a quase 20 vinte anos sendo o melhor destino de ecoturismo do Brasil. O pantanal se destaca no cenário internacional a muitos anos”.

O crescimento da capital do estado é também uma maneira de mensurar o desenvolvimento do turismo. Para o diretor-presidente, as  novas formas de turismo como a rota gastronômica ou o turismo urbano contribuem para novos investimentos. “Campo Grande começa a focar mais no mercado de negócios eventos, já que tem uma boa estrutura hoteleira, além da gastronomia. O panorama é positivo em relação ao crescimento”.

Novas potencialidades

Para o turismólogo e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Guilherme Velasquez o levantamento feito pelo Ministério do Turismo mostra a característica acolhedora do estado, e deveria evidenciar os aspectos econômicos, logísticos e culturais que compõem o conceito de hospitalidade, além de ressaltar a concepção cultural do que é hospitalidade. “A hospitalidade é um conceito muito fluido, muito subjetivo, porque ela demonstra o perfil de uma comunidade. Só que a sociedade é formada por várias comunidades e o que é ser hospitaleiro nesta região, pode não ser em outra. Então é preciso verificar com mais cautela”.

 Velasquez explica a complexidade do termo "hospitalidade" (Foto: Mylena Fraiha)

Segundo Velasquez, o investimento no mercado turístico local tem ampliado o potencial e a diversidade de atividades por todo território sul-mato-grossense. De acordo com o Mapa de Turismo de Mato Grosso do Sul de 2017, o estado tem 47 municípios com potencial turístico, distribuídos em nove regiões. Sete Caminhos da Natureza no Cone Sul; Bonito na Serra da Bodoquena; Caminho do Ipês; Costa Leste; Grande Dourados; Pantanal; Rota Norte; Vale das Águas e Vale do Aporé.

Segundo o mapa, 17 municípios estão nas categorias A, B e C, que englobam municípios que concentram o fluxo de turistas domésticos e internacionais. Destinos como Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Dourados e Ponta Porã são colocados nesta primeira categoria. Os demais 30 municípios figuram nas categorias D e E, que se caracterizam como destinos que sem possuem fluxo turístico nacional e internacional expressivo, auxiliam na movimentação turística regional e precisam de apoio para a geração e formalização de empregos e fortalecimento da estrutura hoteleira.

Para Velasquez, o potencial natural, urbano e cultural do Mato Grosso do Sul e o surgimento de novas possibilidades turísticas que as rotas proporcionam, são exemplos de que a hospitalidade sul-mato-grossense extrapola o conceito de “bem receber”. “Nós temos uma riqueza e uma diversidade bastante grande. Isto nos incita a ser hospitaleiros. Eu acredito que oferecer essa diversidade é uma forma de se demonstrar hospitaleiro”.

Recepção

Alpha Omar Diallo é senegalês, veio para o Brasil em 2016, morou um ano em Brasília e logo depois se mudou para o estado. Ele diz nunca ter tido contato com o língua portuguesa até chegar no Brasil, assim, aprendeu sozinho e nas conversas com pessoas que o ajudaram em sua adaptação em Mato Grosso do Sul. “Aqui tem pessoas que são verdadeiramente gentis, para elas independe de onde você veio, da sua raça, cor, sexo ou de sua religião. eles te tratam bem”.

A receptividade dos sul-mato-grossenses é justificada sem se limitar às fronteiras do estado, o que gera, cordialidade no tratamento com os estrangeiros. A maneira acolhedora e a simpatia em receber os que aqui visitam é uma das razões para a produção de um índice significativo de retorno financeiro para o estado, apresentado no boletim elaborado anualmente pelo Observatório de Turismo de Mato Grosso do Sul.

Alpha Omar afirma que ainda tem alguns pontos que precisam ser melhorados como o tratamento nada amistoso de uma minoria  para com os estrangeiros. “Tem uma minoria que tem ainda aquele pensamento de não gostar de quem é de fora, acha que a pessoa que vem de fora vem aqui ou para roubar vaga em faculdade, no emprego ou vir para cá para fazer maldade, eu acredito que por isso eles tem esse preconceito com os  estrangeiros mas em geral o estado é acolhedor”

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