A Secretaria de Comunicação Social (SECOM) do Governo Federal divulgou em janeiro deste ano a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015. Os dados mostram que somente 7% da população brasileira usam o tablet para navegar na internet e apenas 10% leem notícias nos tablets ou celulares.
Para o estudante do mestrado em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Adalton dos Anjos, a sociedade explora pouco esses recursos digitais "as pessoas desconhecem o que é ler uma reportagem em um tablet, há muito mais interatividade do que se pensa, por isso pretendo descobrir qual é a melhor revista para tablet e qual é o recurso que mais desperta o interesse do leitor". Motivado pela tese de doutorado, Revistas jornalísticas para tablet: uma análise comparativa entre os modelos convergente e nativo digital do Professor Dr. Marcelo Freire e pelos resultados da Pesquisa Brasileira de Mídia de 2015, Adalton dos Anjos pretende avaliar a qualidade do conteúdo que é produzido para esse dispositivo.
Em suas análises procurou verificar se os recursos do ciberjornalismo, como a hipertextualidade, interatividade, multimidialidade, memória, periodicidade e customização são corretamente utilizados. Segundo ele, foram analisadas ao todo 14 revistas, entre brasileiras e estrangeiras, três delas surgiram especificamente para tablet “as revistas são todas online, e facilita a vida do leitor, se você quiser pode baixar a edição e ler, mas tem coisas que só vê online, como por exemplo a revista National Geographic que tem vídeo e conteúdo interativo mas que para visualizar precisa da internet”. As revistas analisadas para o artigo científico que apresentou são Veja, Hola (Espanha), Galileu, Trip, AARP (EUA), ESPM e National Geographic, versão americana.
Grupo de Trabalhos Convergência das Mídias do 6º Simpósio de Ciberjornalismo (Foto: Tatyane Cance)Segundo Adalton dos Anjos, a revista para tablet é uma nova mídia que pode ser explorada pelos leitores devido há suas inúmeras possibilidades, como por exemplo, a integração com vídeos, animações, fotos, imagens, infográficos e hiperlinks. Além da praticidade de levar o tablet para qualquer lugar. O pesquisador afirma que “a forma de relação do leitor com o produto já não é a mesma com o impresso por mais básico que seja. A pessoa não vai mais na banca comprar revista, o produto está online no seu tablet, onde ele pode ter a sua disposição várias edições em um só dispositivo”.
O acadêmico ainda explicou que a produção de conteúdo jornalístico específico de revistas para tablets está em fase de desenvolvimento. Segundo ele, o consumo das revistas não é tão grande, e é por isso que muitas empresas de comunicação ainda não investiram na produção de conteúdos diferenciados para tablets e dispositivos móveis.
O pesquisador afirmou também que esse tipo de mídia não representa o fim de outros meios de comunicação como rádio, tv, ou impresso. “O jornalismo para tablets e dispositivos móveis é mais uma forma de jornalismo. Um meio que veio para complementar”.
Para a professora da UFMS, Drª. Katarini Miguel, a revista para tablet é mais uma oportunidade para o jornalismo. “O impresso, ele tem que estar presente em um ambiente digital, não basta ser um standard, separados trabalhando como uma ilha, a internet mostra que é preciso que essas mídias, tanto impresso, tv e rádio estejam em ambiente digital trabalhando juntos”.





