Para Ana Silva, o Newsgame é uma revolução na narrativa. Segundo ela, não é possível contar uma notícia apenas por jogos eletrônicos, mas por esse dispositivo proporcionar uma vivência real das situações, passa a ser recurso positivo que atrai o público para a notícia. Eduardo Barboza relata que “o legal dos Newsgames é que você pode pegar um assunto denso, de difícil entendimento do leitor comum e transformar ele em um jogo que você aprende, compreende, e assimila uma informação, sem precisar de um conhecimento específico do assunto”.
Com base em possíveis situações que o profissional de comunicação pode passar durante uma cobertura midiática, os simuladores também são uma modalidade de Newsgames que tem se tornado não só uma ferramenta para jornalistas, mas uma nova forma de ensino na educação básica e aprendizagem no país. Um exemplo citado durante a apresentação do casal é o dos simuladores de guerra, que ensinam aos enviados especiais noções básicas de sobrevivência em meio à situações reais de combate, e diminuem as estatísticas de mortes entre correspondentes.
A colaboração educacional que os Newsgames podem trazer é atestada pelo número de sites nacionais que tem apresentado, gratuitamente, esses jogos eletrônicos para o seu público. Referência, a página da revista Super Interessante, da editora Abril, possui uma editoria específica em sua página inicial que direciona o leitor para um grande número de opções de jogos desenvolvidos pela plataforma virtual da publicação. Filosofighters, um dos jogos que constam no portal, ganhou repercussão internacional ao receber destaque no portal da revista britânica PC Gamer e em um blog do jornal Le Monde Diplomatique, da França.

Outras empresas de comunicação como, Folha de São Paulo, Estadão e Globo (G1) também desenvolveram newsgames para suas plataformas online.
Mesmo com a contribuição que esses dispositivos tem trazido, os meios de comunicação brasileiros ainda estão resistentes aos novos aplicativos. Segundo Barboza, “ainda está engatinhando, aqui. A dificuldade está na parte técnica. Isso porque, as redações passariam a ser multidisciplinares. É necessária uma grande equipe, formada por profissionais de várias áreas; gente da área de ciências da informação, do design, da infografia, também.”
Simpósio
Participaram do 5º Simpósio Internacional de Ciberjornalismo, organizado pelo Grupo de Pesquisa de Ciberjornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) pesquisadores como João Canavilhas, da Universidade da Beira Interior (UBI), e Eduardo Pellanda, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), referências na pesquisa internacional e nacional do Ciberjornalismo. O evento foi realizado no período de 27 a 29 de agosto, no auditório do Bloco MultiUso da universidade. Segundo a organização, cerca de 170 participantes se inscreveram para participar dos três dias de oficinas, grupos de trabalho, palestras e debates.
Os melhores
Lista dos cinco melhores newsgames brasileiros:
- Desafio dos Craques (Estadão)
- Filosofighters (Superinteressante)
- Stripquiz (Mundo Estranho)
- Como funciona a bateria da Grande Rio (iG Rio de Janeiro)
- O Mundo da Copa (Folha de S. Paulo)