TECNOLOGIA

Pesquisa analisa a importância da interatividade para atender as necessidades da população

Tecnologias possibilitam a participação das pessoas nos meios de comunicação e nas decisões que afetam a sociedade

Érika Rodrigues e Gisllane Leite11/11/2015 - 18h18
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A maior participação da população nos meios digitais foi objeto da pesquisa Ágora em Rede ,da jornalista  Daniele Chagas de Brito, de Canoas, Rio Grande do Sul. Ela pesquisou as novas formas de interatividade por meio de portais, aplicativos, chats e redes sociais. A análise verificou como estas iniciativas  podem contribuir para a participação da sociedade nos meios de comunicação, na política e nas decisões do poder público.

Em Mato Grosso do Sul, há diversas formas de interatividade, como o aplicativo Bem na Hora, da TV Morena. O telespectador, que apenas acompanhava as notícias do dia, participa por meio do envio de fotos, vídeos e sugestões de pauta. As redes sociais e chats também são uma forma de interatividade, onde as pessoas podem expor os problemas que afetam seu bairro, sua localidade. Daniele de Brito explica como a tecnologia possibilitou esta interatividade. "A internet facilitou muito esta participação, as pessoas veem o noticiário pela internet, acessam vídeos, áudios, assim como elas também podem fornecer informações para determinado órgão público. Por exemplo, se eu tenho alguma problema onde eu moro, eu posso ir na página, no site da Prefeitura e dizer qual o problema que eu tenho no meu bairro."

A democracia digital foi um dos temas abordados no 13º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), realizado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) entre os dias quatro e seis de novembro. O tema do encontro foi "Pesquisa em Jornalismo e reconfiguração de fronteiras: tensões interfaces e diálogos".

O professor de Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão, Alexandre Maciel acredita que a tecnologia sempre esteve atrelada ao jornalismo, mas o conteúdo não pode ser esquecido. "Não adianta haver o avanço tecnológico, todo tipo de tecnologia, se não está atrelada a pensar eticamente o jornalismo, com profundidade, com humanização do olhar. A tecnologia ajuda a multiplicar as informações, mas é preciso tomar cuidado como estão sendo multiplicadas, com conteúdo, veracidade e ética".

Aumento do acesso

O aumento dos acessos às notícias foi constatado pela Pesquisa TIC domicílios 2014, realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic), que demonstrou que o acesso à internet nos lares brasileiros chegou a 50% dos domicílios. Isso significa que 32,3 milhões de residências tiveram acesso à rede. A pesquisa foi feita por meio  de entrevista a moradores de 19 mil domicílios de 350 municípios brasileiros no período de outubro de 2014 e março de 2015. Esse aumento ocorreu porque a pesquisa passou a considerar também o acesso à internet via celulares. O crescimento foi impulsionado, de acordo com a pesquisa,  por dispositivos móveis mais baratos e maior conexão por banda larga.

Pesquisa realizada pela Secretaria de Comunicação do Governo Federal mostra que 76% das pessoas acessam a internet em busca de informações e notícias. Os dados apresentados em 2015 mostram que além das diferenças regionais, a escolaridade e a idade são principais fatores que impulsionam o uso da internet no Brasil. Entre os usuários com ensino superior, 72% acessam a internet todos os dias, enquanto entre as pessoas com até 4ª série do ensino fundamental, os números caem em 5%. 

A estudante de jornalismo Nicolle Ignacio utiliza a internet para buscar informações e notícias. "É a mídia que eu mais acesso, porque eu passo a maior parte do tempo na frente do computador ou então uso o celular. A televisão eu assisto apenas na hora do almoço ou de noite, depois que já passaram os principais jornais." Ela explica que busca sítios confiáveis para acessar  as noticias. "Aquilo que eu vejo nas redes sociais é o compartilhamento de uma matéria, então eu clico no link dela e isso me redireciona para a noticia e não só o texto que alguém digita, opinião das pessoas. Eu vou direto pro site, para o jornal que publicou a matéria".

 

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