QUEIMADAS

Mato Grosso do Sul registra mais de seis mil focos de incêndio em julho de 2019

Corumbá é a cidade com mais ocorrências no Estado, e Campo Grande ocupa a 13ª posição

Guilherme Brasil, Thiago Rezende, Thiago Spila 7/08/2019 - 14h14
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Em Mato Grosso do Sul foram registrados 6.635 casos de incêndio no mês de julho deste ano. De acordo com o banco de dados do  Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE) nos dias 26, 27 e 28 de julho ocorreram 571 focos de incêndio no estado. Em 2018, no mesmo mês, o INPE contabilizou 4.193 queimadas em Mato Grosso do Sul, 2.442 a menos que este ano. As principais causas de queimadas são o clima, tempo seco e ações humanas, como atear fogo em terrenos baldios.

A cidade que teve mais casos de queimadas no estado foi Corumbá. Em julho o município registrou 3.475 focos de incêdio, que representa 52,4% de todo Mato Grosso do Sul. Porto Murtinho e Aquidauana registraram 512 e 277 casos de emergência, respectivamente. Campo Grande ocupa a 13ª colocação no estado, com 68 focos de queimadas, 1% do estado. 

A coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso Do Sul (Cemtec-MS), Franciane Rodrigues explica que de junho a setembro é um período climatológicamente seco no estado e isso ocorre devido a um sistema de alta pressão que ocorre nessas datas. "O período de seca contribui bastante para essa questão das queimadas, tanto as provocadas quanto as queimadas que surgem por conta de uma alta incidência de calor no solo".

Franciane Rodrigues alerta para que a população evite causar queimadas. "Outro fator que temos muitos problemas nessa época do ano é com a população que limpa seu terreno baldio e acaba ateando fogo para fazer a limpeza do seu terreno. É uma sugestão para que as pessoas evitem fazer isso, porque essas queimadas provocadas acabam poluindo a atmosfera".

O sub-tenente do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (Cbm-MS), Santiago Silva Júnior comenta que as queimadas urbanas atingem a saúde física de determinados grupos de pessoas. "Vale ressaltar que na área urbana as pessoas que mais sofrem com as queimadas, por inalarem fumaça, são as crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias, como asma. Nessa  época do ano as ocorrências com esses indívuos é muito grande".

A empreendedora Ane Bernart relata ter presenciado um foco de queimada próximo a sua casa. "Acabou pegando fogo aqui perto de casa, porque tem muitas áreas verdes. Nós ficamos assustados, eu e minha família, a primeira reação foi tentar proteger a minha filha mais nova, quatro anos, mas os problemas foram resolvidos rapidamente. E agradeçemos por conta do vento não estar soprando para a nossa casa, assim não inalamos fumaça".

A autônoma Deise Ferreira explica que seu trabalho como lavadeira foi prejudicado por causa de um incêndio próximo a sua casa. "Eu moro perto de uma república de estudantes, e eu que cuido das roupas deles, lavo, seco e passo. Porém, esses dias tinha uma queimada perto aqui de casa, e várias camisetas dos meninos ficaram com cheiro ruim, de queimado mesmo, e então eu tive que lavar tudo de novo, fiquei no prejuízo".

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