A Campanha de Vacinação contra Sarampo e Poliomielite, em Mato Grosso do Sul, aplicou aproximadamente 42.000 doses de vacinas até o dia 14 de agosto, de acordo com informações divulgadas no portal do Ministério da Saúde. Após o Dia D, 18 de agosto, data em que todas as unidades de saúde ficaram abertas para ampliar a cobertura vacinal, este número quadriplicou, mais de 186.000 doses foram aplicadas. A campanha nacional é realizada entre os dias 6 e 31 de agosto quando se intensifica a mobilização das pessoas, as vacinas ficam disponíveis durante todo o ano nas unidades de saúde.
Segundo informações publicadas pelo Ministério da Saúde a expectativa da campanha para Mato Grosso do Sul é vacinar 158.083 crianças de até cinco anos.O Ministério divulgou dados do balanço da campanha de vacinação até dia 24 de agosto, no estado 93.210 crianças foram imunizadas contra poliomielite e, 92.866 contra sarampo. Em Campo Grande, a campanha é organizada pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau). Segundo dados divulgadas no portal da Secretaria, foram aplicadas na capital 15.615 doses contra o sarampo e 15.683 contra poliomielite até o dia 18 de agosto.
O Ministério da Saúde, define em Saúde de A a Z, a poliomielite como uma doença contagiosa aguda, popularmente chamada de paralisia infantil. Pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. Os sintomas iniciais incluem febre, dor na garganta e na cabeça, vômitos, mal-estar, dor nas costas ou rigidez muscular e meningite.
O sarampo é uma doença que pode ser transmitida pela fala, tosse ou espirro e é extremamente contagiosa. Ela acomete pessoas de qualquer idade, com sintomas similares da gripe e inclui manchas brancas que aparecem na mucosa bucal. Após um ou dois dias depois, há o aparecimento de manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que se espalham pelo corpo. A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Mariah Barros alerta que a poliomielite e o sarampo são doenças graves. “Ainda não temos nenhum caso em Campo Grande mas o que a gente sabe e chama a atenção é que o sarampo, ele é uma doença grave, assim como a poliomielite. São doenças graves que podem sequelar e até mesmo matar”.
Mariah Barros ressalta que, antes do Dia D, em Campo Grande apenas 11% da população foi vacinada e a Sesau visa alcançar a meta prevista para a capital sul-mato-grossense.“O que é importante a gente frisar é que as 66 salas de vacina do município, elas funcionam de segunda à sexta em horário comercial e aos sábados e domingos nós temos o plantão em salas de vacina dos Centros Regionais de Saúde (CRS)”.

Centros Regionais atuam em horários especiais
(Foto: Dândara Genelhú)
Doenças antes erradicadas são problemas novamente por surtos em países vizinhos e a descrença no serviço de imunização. O intenso movimento migratório que ocorre atualmente no país foi uma porta de entrada para os vírus. Segundo informe técnico emitido pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) as primeiras ocorrências de surto são de Roraima e Amazonas, estados que fazem fronteira com a Venezuela. Além destes, o estado de São Paulo, vizinho de Mato Grosso do Sul, também teve casos confirmados de sarampo.
Adultos devem se vacinar
O médico infectologista Eugênio de Barros assegura que o surto dessas doenças em regiões de divisa pode interferir no estado, devido aos deslocamentos dos infectados. O médico ressalta que a possibilidade de um adulto em idade avançada contrair a doença é nula. Isso ocorre principalmente porque no tempo de inexistência da vacina, buscava-se uma imunidade de forma natural. “Inclusive as mães faziam reuniões em casa e traziam alguém doente para infectar os outros. Para vir uma imunidade natural”. Segundo o médico, adultos com menos de 49 anos que deixaram de se vacinar correm o risco de serem infectados, e por isso também devem se imunizar.
A poliomielite e o sarampo são doenças virais sem formas de tratamentos específicos. O infectologista relata o que ocorre após o paciente contrair a doença. “O sarampo pode dar pneumonia, então você tem que tratar a pneumonia. Se dar dor de cabeça, se trata a dor de cabeça. Febre, se trata a febre. Mas o curso da infecção segue, não há tratamento”. Mariah Barros ressalta a gravidade das doenças e alerta sobre a negatividade das falsas notícias sobre a vacina. “A circulação de fakes dizendo que a vacina faz mal e coisas assim, isso é muito ruim”.