O número de pessoas que aguardam por um transplante de órgão e tecido, no Brasil, diminuiu de acordo com o Ministério da Saúde. No primeiro semestre deste ano, a fila de espera chegou a 37.736 pessoas em todo o país, foram realizados 11,4 mil transplantes. No ano passado, foram 23.457 e a estimativa para 2014 é diminuir este número.
A coordenadora Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul, Claire Miozzo diz que 400 pessoas aguardam por um transplante de rim no Estado. É o órgão com maior demanda entre as pessoas que aguardam por um transplante. A fila de espera por uma córnea está zerada e a de coração tem 16 pessoas.
Miozzo explica que quando é feita uma doação de órgão ou tecido, é registrado no sistema nacional. Cada estado tem uma Central de Notificação, que coordena a captação e a alocação dos órgãos conforme a compatibilidade sanguínea, baseada em uma fila única, estadual ou regional. Todo esse processo é monitorado pela Promotoria de Justiça, para que a ordem da fila seja respeitada, de acordo com o cadastrado no Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.
A assistente social Celina Silva aguarda o processo de avaliação para determinar se seu rim é compatível com seu marido, o aposentado Sebastião Gomes. “Decidi doar meu rim pois vejo o sofrimento de quem precisa de um órgão assim como meu marido, e ficar dependendo da fila de espera do Sistema Nacional, o sofrimento só aumenta, pois nunca sabemos quando chegará alguém compatível”.
Conscientização
A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, ABTO, realizou entre os dias 22 e 28 de setembro, a Semana Nacional de Doação de Órgãos. Segundo a ABTO, o número de órgãos transplantados no primeiro semestre deste ano foi de 3.856, o mesmo índice do ano anterior.
O palestrante e cirurgião plástico André de Brito comenta que é fundamental a divulgação do assunto. “Atividades voltadas à conscientização como é a Semana de Doação de Órgãos, incita a sociedade a comentar mais sobre o tema e aumentar as doações, a fim de ajudar o próximo”.
Miozzo diz que o assunto precisa ser mais divulgado pelo poder público e debatido na sociedade. Ela ressalta que a família é a única que pode autorizar o transplante de um doador falecido. “É importante deixar bem claro para a família que você é um doador, porque a família sempre faz a vontade da pessoa. É aí que entra a importância da Semana de Doação de Órgãos, pois gera um resultado muito positivo, as pessoas prestam mais atenção, acaba fomentando o assunto e consequentemente as doações crescem”.
Para se tornar um doador
O ABTO explica que para ser um doador de órgãos e tecidos basta comunicar a família sobre o desejo da doação.