O projeto "LeishNão!", vinculado à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, divulga informações sobre a prevenção da leishmaniose para a população. As ações de educação em saúde iniciaram em 2013 a partir do projeto de pesquisa "Geoepidemiologia da leishmaniose visceral em Campo Grande - MS" da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (Famez), que mapeou casos da doença em humanos no Mato Grosso do Sul. As atividades do projeto foram requisitadas em outros municípios e estados. As demandas surgiram de instituições como prefeituras, centros de Controle de Zoonoses e outras universidades, que querem aplicar o projeto em suas cidades. A equipe é composta por acadêmicos da UFMS, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp).
A coordenadora do projeto, professora e pesquisadora de zoonoses, saúde pública, epidemiologia e doenças a vírus, Juliana Galhardo relata que o grupo observou que havia desconhecimento do assunto pelos moradores com as primeiras visitas a residências para explicar sobre a leishmaniose. “Acabamos comprovando a teoria, realmente as pessoas têm pouca informação. Não sabiam o que era a zoonose, não sabiam como era a transmissão. Moldamos o projeto com atividades que possam servir como fonte de aprendizado para crianças, adultos ou idosos, portadores ou não de cachorro". Ela afirma que o objetivo do projeto é disseminar informações sobre a prevenção. "É que 99% das pessoas só discutiam o tratamento canino. Mas ninguém falava sobre evitar o problema”.
Juliana Galhardo diz que o grupo enviou documentos e cartilhas do projeto para instituições como universidades, prefeituras e escolas nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Pediram informações sobre como faz educação em saúde. Como lidar com leishmaniose, abordar as escolas e comunidades, se inserir nas atividades do município".
A coordenadora afirma que o projeto foi apresentado no 33º Congresso Mundial de Medicina Veterinária realizado na Coreia do Sul em 2017. “O foco do Congresso era saúde única. A organização escolheu nosso trabalho como representante das Américas. Apenas nós das Américas recebemos esse mérito para participar de um evento internacional. Conseguimos ao longo do tempo produzir academicamente”.

Tratamentos disponíveis para leishmaniose exigem acompanhamento contínuo com veterinário - (Foto: Letícia Schiavon)




