FÁRMACOS

Pesquisadores da União Europeia e Brasil se unem para criar super antirretroviral

Medicamento é uma estratégia em situações de epidemia

Luana Campos e André Moura21/10/2014 - 17h33
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Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Lisboa e da Universidade Federal do Rio de Janeiro trabalham em conjunto para criar a nova droga que deverá combater todos os tipos de vírus existentes e mesmo novos que venham a surgir.

O professor visitante do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa Nuno Santos veio à Campo Grande (MS) trazer os resultados preliminares das pesquisas que mostram similaridades entre os vírus da dengue e do HIV, e que, por isso, podem ser combatidos com as mesmas estratégias. “No caso de uma disseminação de um novo vírus, poderá funcionar como estratégia para ganharmos tempo se houver um elevado número de infecções, enquanto não se tenha algo mais específico”.

Santos explica que os vírus, que são compostos basicamente por proteínas, são envolvidos por uma camada de gordura, chamada de lipídios. O revestimento, comum entre eles, é o alvo da terapia. A tática pode não ser tão eficiente contra qualquer vírus em particular, mas pode ser usada de forma paliativa contra todos.

As novas abordagens terapêuticas que Santos propõe atuam no tratamento dos pacientes infectados, sem descartar a produção de vacinas. ”Mesmo assumindo que a vacina que está a ser estudada possa passar em um futuro relativamente próximo a disponibilidade clínica, haverá sempre gente que não está vacinada e há sempre a limitação da vacina não ser 100% eficiente”.

Arma contra a dengue

Um dos principais alvos da pesquisa é o vírus da dengue, um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypty. Para Santos, no entanto, o remédio mais eficaz contra a doença continua sendo a prevenção. “É preciso fortalecer o trabalho de conscientização da população, dos cuidados a ter e em termos de redução da reprodução do mosquito”.

No Mato Grosso do Sul, até agosto de 2014, foram notificados 7.471 casos suspeitos da doença. Em relação ao mesmo período de 2013, houve uma queda de 83%, segundo dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde de MS (SES).

Na região, outras pesquisas, como a da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desenvolvem extratos vegetais a partir de plantas do Pantanal que inibem a replicação do arbovírus e que estão em fase de teste para calcular o nível de toxidade em humanos.

A estudante do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Gabriela Lamberti Escobar, de 17 anos, testa em camundongos um sal larvicida que combate o Aedes aegypty. O objetivo é verificar se o composto feito do óleo da castanha de caju e da mamona, não causará quebras de DNA em mamíferos.

Se aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o sal poderá ser utilizado em doses mínimas nas caixas d’água onde chega a eliminar 97% das larvas do mosquito. Gabriela Escobar espera que isso aconteça até o final de 2014. 

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