A Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande (Sesau) registrou 1.489 casos de sífilis na capital este ano, de acordo com dados do boletim epidemiológico divulgado em setembro. Desse total, 393 notificações foram registradas em gestantes. O número representa um aumento de 47% em relação ao período de janeiro a setembro do ano passado, que teve registro de 1.011 casos. Em outubro, a Sesau realiza ações nas escolas e postos de saúde para combate e prevenção da sífilis e sífilis congênita.
A sífilis é uma doença bacteriana transmitida por meio de relações sexuais ou transfusões de sangue. Segundo a médica infectologista do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Priscilla Alexandrino o aumento do número de casos ocorre devido à falta do diagnóstico. “As pessoas não diagnosticaram, não procuraram assistência à saúde e não fizeram o tratamento”.
De acordo com a Dra. Priscilla Alexandrino, o Ministério da Saúde divide os sintomas da doença em duas fases, uma recente e uma tardia. “Geralmente através de relações sexuais, o indivíduo se contamina e apresenta, cerca de 14 dias após o contágio, uma úlcera única e limpa, na região genital, e que vai cicatrizar, mesmo sem tratamento. Após isso, o indivíduo pode ficar, cerca de 10 a 15 anos, sem nenhum sintoma. E na fase tardia, o indivíduo pode ter problemas na Aorta, sistema vascular muito importante, e problemas neurológicos”.