SÍNDROME DO DOWN

Síndrome de Down é orientada de forma inadequada pelos médicos em Campo Grande

Médicos orientam de forma equivocada mães após diagnóstico da Síndrome e abalam emocionalmente as famílias

Patrick Alif e Victor Hugo Sanches22/10/2014 - 13h45
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O down é uma síndrome que pode ser diagnosticada no período de gestação da mãe ou identificada após o parto. Entre 10 mulheres com filhos portador da síndrome, em Campo Grande, foi constatado que em 80% dos casos, o diagnóstico não foi comunicado à mãe ou à família de forma adequada pelos médicos.

A assistente social da Sociedade Educacional Juliano Varela, Luciene de Souza Silva, explica que a instituição recebe mães de crianças com síndrome de down desde a gestação e que na maioria dos casos elas chegam emocionalmente abaladas com a notícia do médico. Luciene Silva relata que “algumas mães fazem o acompanhamento conosco desde a gravidez, quando constatam que o feto tem down, pelo exame de asperge. Ouvi por meio de pais e familiares da criança, que o médico usou o termo mongoloide no momento de falar para a mãe que a criança teria esta síndrome.”

A enfermeira Graciela Mudesto Miranda falou sobre a experiência traumática que passou com o despreparo de um médico. “Com 13 semanas de gestação eu fiz ultrassom e o médico disse que havia a possibilidade da criança nascer com síndrome de down. Ele sugeriu o aborto e ainda revelou que a maioria das mães que constatam esta síndrome durante a gestação, interrompem a gravidez.”

Graciela Miranda relatou que após receber a notícia de que sua filha poderia ter down, ficou abalada e decidiu procurar a orientação de outro médico. “Após o primeiro comunicado médico, tive um período de depressão durante a gestação. Procurei então a orientação de outro médico que soube me tranquilizar e disse que as crianças especiais vêm somente para famílias especiais.”

A psicóloga da Sociedade Educacional Juliano Varela, Naura Stella Matiusse, explica que a instituição dedica um tempo exclusivo para conversar com as mães de crianças com síndrome de down, que procuram a instituição emocionalmente abaladas e com dúvidas sobre o assunto. “Aqui na Juliano Varela, nós temos a consciência de que o filho com síndrome de down não era o que os pais esperavam e depois da notícia, os responsáveis pela criança ficam na maioria das vezes assustados. Por isso é importante dedicar um tempo para acolher estas pessoas e explicar o que é a síndrome de down.”

De acordo com Luciene Silva, os pais que procuram a instituição relatam alguns medos. “O comunicado do médico que na maioria das vezes é feito de modo indevido, é um choque no emocional dos familiares. A falta de orientação sobre o que é a síndrome de down, provoca dúvidas nos pais em relação ao desenvolvimento da criança. Eles nos procuram com o medo de que o filho não possa andar e falar, por exemplo.”

Médicos do setor de pediatria do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e de duas clínicas particulares de Campo Grande procurados para falar sobre o assunto não quiseram se pronunciar.

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