O programa de prevenção da diabetes foi estabelecido na lei nº 5.722, publicada no dia oito de agosto no Diário Oficial de Campo Grande. Segundo dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, Vigitel, publicada em 2015 pelo Ministério da Saúde, 7,7% da população campo-grandense acima de 18 anos possui diabetes. A Lei assegura que a pessoa com a doença tenha direito aos medicamentos e materiais para a autoaplicação e autocontrole no tratamento.
Na rede pública o controle glicêmico não é obrigatório. O responsável pela Assessoria de Imprensa da Secretaria de Saúde (Sesau), Dirceu Martins destaca que a medida será necessária porque o mesmo sintoma pode significar diagnósticos diferentes em um paciente diabético e não são todas as pessoas que têm o conhecimento da doença.
A auxiliar administrativa Walleska da Fonseca Vieira, 41, descobriu a doença em janeiro de 2014, após sofrer um aborto espontâneo. “Depois disso, nós fomos investigar o que estava acontecendo no meu organismo”. Ela acredita que o programa tornará mais fácil o acesso à informação e a obtenção de equipamento para aplicação da insulina, hormônio responsável pelo controle de açúcar no sangue. “Eu acho que não só o tratamento, mas deveria ter um acesso mais fácil à informação, porque é complicado. Eu conheço pessoas que 'eu não sei eu tenho diabetes, como você descobriu', fazendo exame de glicemia”.
O estudante Rafael Turque, 17, descobriu a doença aos 12 anos de idade. Ele afirma que desde quando foi diagnosticado adquire a insulina em unidade pública e realiza o tratamento na rede privada porque acredita que tem mais qualidade. “Eu vejo como falha, no sistema de saúde público, a falta de incentivo às pessoas buscarem conhecimento sobre o que é o diabetes, como ele funciona, como é a doença, o que ela causa”.
O assessor de imprensa da Sesau disse que a Lei deve conscientizar a população, principalmente, sobre como diagnosticar cedo a doença e que, se houvesse o controle constante nas unidades básicas de saúde, poucos recorreriam às unidades de pronto atendimento.
O que é a diabetes?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a doença diabetes mellitus é caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue e causa hiperglicemia. Defeitos na atuação do hormônio insulina no corpo humano é um dos sintomas. Esse hormônio é produzido no pâncreas pelas células betas e sua função é facilitar a entrada de glicose nas células do organismo, de forma que ela reaproveitada em outras ações do corpo. A diabetes está dividida em dois grupos: diabetes tipo 1 e a tipo 2. Ambas possuem tratamento específico.

Walleska Vieira descobriu a doença após sofrer um aborto espontâneo - (Foto: Maria Eduarda Leão)




