SAÚDE

Exames de sangue na Rede Municipal de Saúde estão suspensos por falta de material

Hemogramas são cancelados nos postos de saúde em Campo Grande devido a falta de tubetes e reagentes para a coleta de sangue

Bruna Kaspari, Juliane Grisoste e Rafaela Fernandes19/12/2016 - 01h44
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Os postos do Sistema Único de Saúde (SUS) em Campo Grande estão com falta de tubetes e reagentes para realização de exames de sangue nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no Pronto Atendimento (UPA). Além das denúncias feitas pela população ao Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPE) sobre a falta dos materiais, a promotora Paula Volpe informou que os centros de saúde da capital possuem ações judiciais, porque descumprem com os relatórios de irregularidades emitidos este ano pela Vigilância Sanitária.

O Laboratório Central Municipal (Labcen) é uma das unidades de saúde que não possui reagentes para realização dos hemogramas. De acordo com a promotora Paula Volpe, eram realizados, no começo deste ano, cerca de 270 mil exames mensais no laboratório. Ela ressalta que foram expedidos em 2016, duas recomendações para o laboratório, que também apresenta irregularidades na estrutura do prédio. “O problema específico este ano é do fornecimento de reagentes para realização dos exames. A questão da precariedade do laboratório vem nos últimos relatórios da vigilância sanitária que apontam irregularidades desde 2013”. 

Segundo Paula Volpe, a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) informou que os reagentes seriam adquiridos por meio de licitação. “O município me informou que estava fazendo a aquisição dos reagentes através do setor de licitação, que essa seria a providência para resolver o caso. O problema é que essa licitação está parada há meses”. Ela afirma que os pacientes que vão ao sistema público de saúde, são orientados a procurarem clínicas particulares para a realização dos exames. “Partir para o exame privado não é o certo, por isso a gente aconselha que a população denuncie o que está acontecendo, porque a partir disso, nós podemos tomar providências judiciais”.

Materiais utilizados para coleta de sangue (Foto: Rafaela Fernandes)  

A estudante universitária Maria Eduarda Livramento, afirma que foi ao posto público de saúde do bairro Nova Lima para realizar exames de rotina, e foi orientada a procurar uma clínica particular. "Quando cheguei disseram que não poderiam fazer o procedimento e que era melhor procurar uma clínica particular, porque a falta de material era geral. É uma tremenda falta de organização, como vai faltar os tubetes na cidade toda?". 

O assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Dirceu Martins afirma que o reabastecimento dos equipamentos nas unidades de saúde não ocorreu devido ao período eleitoral. “A falta dos tubetes aconteceu porque, durante o período eleitoral, as compras de urgência, onde não são feitas licitações, não puderam ser feitas, e isso prejudicou o abastecimento nas unidades de saúde”. Martins ressalta que a verba foi liberada e o material foi comprado para normalizar a situação.

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