Mato Grosso do Sul registrou aumento de mais de cinco mil cadastros de doadores de medula óssea. Em 2017, o estado passa a ter um total de 135.155 pessoas no banco de cadastrados. No estado, o número de pessoas que procuram por doadores compatíveis é de 178 pessoas ao ano. O Brasil tem quase 4,5 milhões de pessoas cadastradas. O Instituto Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) divulgou o aumento no banco nacional de 210 mil pessoas nos anos de 2016 e 2017.
Segundo a hematologista Deise Nantes, o crescimento de doadores é devido a conscientização das pessoas para a importância de ser doador. "A doação de medula óssea é extremamente importante devido a ser, muitas vezes, a única chance curativa de um paciente, com leucemia aguda, aplasia de medula com dependência transfusional e infecções recorrentes". Segundo o página na internet do Redome a probabilidade de encontrar um doador no Brasil é de 1 para 100 mil. O transplante de medula óssea é indicado para doenças relacionadas a produção de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico, como doenças autoimunes, linfoma, leucemia e anemia grave.
A assistente social da Rede Hemosul, Luceia da Silva afirma que a intenção da instituição é angariar doadores qualificados, pessoas que realmente queiram doar, de 5 a 6% dos doadores cadastrados desistem após serem chamados.
Silvio Shinzato, de 63 anos, foi diagnosticado com mielodisplasia, doença que ataca o sangue. A enfermidade evoluiu para leucemia. Majolly Shinzato, filha de Shinzato, afirmou que a família ficou com medo, pois o pai de Silvio Shinzato teve leucemia e morreu três meses após ser diagnosticado. Majolly explica que duas pessoas eram compatíveis 100% com Silvio Shinzato para o transplante de medula, para isso, Silvio Shinzato teve que passar por alguns procedimentos. “Ele fez exames de pré-transplante, aqui em Campo Grande, e a gente ficou aguardando o hospital porquê aqui não faz”.
Majolly Shinzato afirma que houve uma espera de dois meses, pois o Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, aguardava uma autorização do Sistema Nacional de Transplante (SNT) para garantir que o Sistema Único de Saúde (SUS) se responsabilizasse pelos custos do procedimento.
O Instituto Sangue Bom, criado em abril de 2017, cadastra doadores de órgão, medula, sangue ou cordão umbilical no Mato Grosso do Sul, e elabora um banco de pessoas voluntárias. O objetivo do Instituto é conscientizar pessoas que ainda não se cadastraram e incentivá-las a se tornarem doadoras de medula óssea . O fundador, Carlos Rezende, foi diagnosticado com aplasia medular, rara doença hematológica marcada pela produção insuficiente de células sanguíneas na medula óssea. "Vi a situação de inúmeras pessoas internadas passando por um momento igual ou pior que o meu. Entendi que eu tinha que abraçar a causa e contribuir com a sociedade fazendo campanhas e palestras sobre o tema".
A acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Débora Tschinkel está cadastrada no banco de doação de medula óssea há quase dois anos e atribui o número baixo de doadores à falta de informação.
SERVIÇO
Para ser doador de medula é necessário ir ao Hemosul, ter entre 18 a 55 anos e boa saúde. O Hemosul está localizado na Av. Fernando Corrêa da Costa, 1304.