SAÚDE ANIMAL

Sistema digital de agendamento para castração acaba com filas no Centro de Controle de Zoonoses

O sistema implantado pela Secretaria Municipal de Saúde tem como objetivo facilitar o processo e torná-lo mais acessível aos tutores de felinos

Fernanda Venditte, Julia Renó e Mara Machado11/06/2019 - 13h55
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O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campo Grande inaugurou, no dia 22 de maio, um sistema digital de agendamento para castração de felinos. A medida foi criada devido às filas formadas em frente ao estabelecimento para realizar o cadastro. A dificuldade para agendar o procedimento gerava reclamações constantes da população. O sistema é inédito no país e foi desenvolvido pela Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação (Agetec) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

A digitalização do processo o tornará mais transparente, além de gerar comodidade aos usuários, que poderão obter senha sem enfrentar filas. No dia de lançamento do sistema, 420 vagas foram liberadas e ocupadas no período de 20 minutos. 

A assistente administrativa, Sharlene Rodrigues Macedo vivenciou as três fases do agendamento para castração realizada no local, que anteriormente era feita por telefone, presencialmente e agora é realizado por meio do sistema digital. Ela, que possui quatro felinos e realiza a castração de animais de rua, relata que na fase anterior era necessário passar muito tempo na fila e às vezes o animal ficava sem cadastro, com a digitalização do sistema, este problema foi resolvido. “Tinha uma fila gigante, então você tinha que chegar muito cedo e já teve dias em que as senhas acabaram na minha vez, porque era muita gente. Agora facilitou, por que não precisa nem sair de casa”.

O diretor-presidente da Agetec, Paulo Fernando Cardoso relata que a digitalização do sistema começou a ser planejada a partir de um conjunto de iniciativas do CCZ e de solicitação da população. Ele foi desenvolvido a partir do envolvimento de diferentes equipes da Agência. "O sistema foi desenvolvido baseado no modelo de gestão de projetos, foram envolvidos os representantes da área finalistica e equipes técnicas para definição dos requisitos e alinhamento das expectativas".

De acordo com a médica veterinária do CCZ, Ana Paula Nogueira outra vantagem dele é a transparência com relação à quantidade de vagas e os dias disponíveis. “A transparência aumentou porque ali mesmo as pessoas sabem quantas vagas ainda restam e podem ver a data que querem escolher, então é um grande avanço para a gente”.

A mudança foi favorável também para as ONGs e grupos de proteção dos animais, que apresentam grandes demandas de animais a serem castrados. A participante do Grupo Ammar, Yarima Divie explica que a medida facilita o processo de castração e, desta forma, contribui para o controle de animais de rua. “A castração é uma forma eficaz de acabar com o ciclo de crias indesejadas de animais de pessoas que não têm como custear uma castração e também de animais que vivem na rua”.

A médica veterinária explica que o procedimento realizado nos animais é importante também para evitar possíveis doenças, principalmente em fêmeas, como a piometra e os tumores nas mamas. Ela reitera que o procedimento é feito da forma menos invasiva. Nos machos, é feita a remoção dos testículos e nas fêmeas, são removidos os ovários. 

O CCZ realiza de 25 a 30 cirurgias deste tipo por dia, aproximadamente 600 por mês, número que pode variar de acordo com a quantidade de fins de semana e feriados naquele período. Até o ano passado, o local realizava em média 420 castrações, quantidade que aumentou após a reforma do centro cirúrgico.

Serviço

Para agendar a cirurgia, o interessado deve preencher dados cadastrais na plataforma do CCZ, como endereço, documento pessoal, endereço de correio eletrônico, e de informações sobre o gato, como sexo, idade e peso. Com a senha obtida, ele poderá escolher uma das datas disponíveis e acessar o sistema quando necessário. O gato deve ter idade mínima de seis meses e pesar no mínimo dois quilos.

A cirurgia é gratuita e é cobrada apenas uma taxa de 15 reais para a implantação do microchip, que tem como objetivo facilitar a identificação do animal, por meio do armazenamento de informações sobre o ele e seu tutor. 

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