Os números do Ministério da Saúde confirmam que Mato Grosso do Sul está entre os Estados com maior número de casos confirmados da dengue. Em Campo Grande, foram registrados 3.955 novos casos e a primeira morte por febre hemorrágica da dengue foi confirmada em maio. A professora aposentada Amélia Atsuko Guenka da Silva, 67 anos, moradora do bairro Monte Castelo deu entrada no Hospital Universitário e morreu horas depois.
Segundo o chefe do Serviço de Controle da Dengue do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ), Alcides Ferreira, algumas medidas foram tomadas pelo município para controlar o número de casos como a visita domiciliar, que é feita o ano todo, a UBV, conhecida como fumacê, que é utilizado nos locais mais afetados e a visita a pontos estratégicos, como borracharias, ferros velhos, cemitérios, pois são locais de grande acúmulo de materiais.
Alcides Ferreira explica que, para o diagnóstico, o exame não é essencial, pois em período de alta incidência são coletados exames dos casos mais graves, todos os casos suspeitos são notificados para controle.
Segundo o médico epidemiologista, Dr. Eugenio Barros, os principais sintomas da doença são febre alta, dor muscular, dor retro orbital, por trás do olhos, dor nas articulações, cansaço, falta de apetite e isso pode se confundir com o início de outras doenças. Ele faz um alerta sobre a gravidade da doença, “é comum pessoas com dengue se sentirem melhor lá pelo terceiro ou quarto dia da infecção e em seguida ficarem muito mal, com queda da pressão arterial, dor forte no abdômen e outros indicativos de agravamento da doença. Isso pode ocorrer sem sangramento. O soro do sangue sai dos vasos para outros espaços no organismo e isso não aparece como um sangramento aparece. É um quadro muito grave que precisa de hidratação controlada, em hospital.”
A estudante de Direito, Pâmela Salgado disse que teve dengue e os sintomas eram muito desagradáveis “fiquei de cama, tive muita febre, dor de cabeça, vontade de vomitar e náuseas.” Ela cita algumas medidas para evitar a doença, “eu tomo os cuidados de praxe. Tento evitar água parada, faço a limpeza do quintal, coisas básicas que todo cidadão deveria fazer.”
Em Campo Grande os bairros mais afetados estão na região Sul, Oeste, Centro Oeste e bairros como Los Angeles, Moreninha, Parati, Pioneiros e Jóquei Clube. Com a confirmação da morte da moradora do Monte Castelo, foram intensificadas as ações de prevenção no bairro. Os moradores tem papel fundamental para o controle da epidemia, principalmente não deixar água parada em recipientes e fazer a limpeza dos terrenos regularmente. Para a prevenção da dengue é importante eliminar os mosquitos e se proteger por meio do uso de repelentes, mosquiteiros e telas em janelas. Dr. Eugenio Barros orienta a população a procurar assistência médica em caso de suspeita de dengue “O uso de medicamentos com ou sem orientação médica é outra questão importante. Uma pessoa em tratamento de problema cardíaco poderá estar usando medicamentos que alterem mecanismos de coagulação sanguínea, como por exemplo o ácido acetil salicílico (AAS). Havendo suspeita de infecção por qualquer um dos vírus da dengue, essa nova situação deverá ser analisada com o cardiologista."
Chikungunya
Além da epidemia de dengue, em 2014 uma nova doença foi confirmada, a Chikungunya, transmitida pelo mesmo mosquito e que provoca sintomas parecidos com os da dengue como febre, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia, cansaço e mal-estar. A diferença da febre Chikungunya está nas fortes dores das articulações, o vírus causa inflamações acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.
A febre Chikungunya surgiu na África e avançou pela América do Sul. As duas doenças são parecidas.