EPIDEMIA

Campo Grande tem alto índice de infestação dengue e ameaça de Zika Vírus

Ações de combate ao mosquito se intensificam na capital para conter doenças

Erika Rodrigues e Gisllane Leite 4/12/2015 - 15h29
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Campo Grande está novamente com uma epidemia de dengue de acordo com o último Boletim Epidemiológico de dezembro, em que 7.198 casos foram notificados na Capital e 34.479 casos no Estado. A dengue hemorrágica, subtipo mais grave da doença, ocasionou 15 mortes em Mato Grosso do Sul. A Prefeitura de Campo Grande firmou convênio com o Comando Militar do Oeste (CMO)para o combate ao mosquito Aedes Aegypti. O exército irá disponibilizar 300 homens para atuar com os agentes de Saúde, além de tendas para aumentar o número de leitos.

O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Alcides Ferreira, afirma que a prefeitura atua para impedir a proliferação do mosquito, que é transmissor além da dengue, das doenças Chikungunya e Zika Vírus. “Intensificamos bastante a visita domiciliar, casa a casa. Nos bairros com infestação mais alta nós fizemos uma força tarefa para a retirada de material que acumula água. Os com mais infestações são o Jardim Noroeste, Nova Campo Grande, Jardim Carioca, Serradinho, Nova Lima, Vila Margarida, Centro Oeste. Estamos pedindo para a população para abrir portas e janelas quando escutar o barulho do carro do fumacê, para o inseticida eliminar os mosquitos que estão dentro das residências”.

O editor de imagens, Elias Moraes, teve dengue mais de uma vez. Os principais sintomas foram dores no corpo e febre. Afirma que está com dores muito intensas e não foi pedida a sorologia no posto de saúde para saber que doença tem. “O problema é que em Campo Grande, nestes últimos seis meses, em todo lugar que você vai tem muito mosquito, pernilongo te picando . Eu moro em um bairro que constantemente passava o fumacê e agora não tenho visto passar mais”.

Nesta sexta-feira, quatro de dezembro, foi realizado o dia D de Combate à Dengue. O ato ocorreu no entorno do Mercadão Municipal e com atividades educativas, equipamentos de saúde utilizados no combate à dengue e abordagem de trabalhadores para conscientização sobre as doenças e prevenção. As atividades terão continuidade a partir do dia sete de dezembro em todas as unidades de saúde.

Zika Vírus

No dia 28 de novembro, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre o Zika Vírus e o surto de microcefalia no Nordeste do país. Até o dia três de dezembro, 1.248 casos de microcefalia  haviam sido notificados no Brasil, em 13 Estados e no Distrito Federal.

A neuropediatra e presidente da Associação Médica em Mato Grosso do Sul, Maria José Maldonado, diz que os alertas dos especialistas do Ministério da Saúde se justificam. “É um problema de Saúde Pública, pois as consequências da microcefalia são muito graves. A criança tem o cérebro mal formado, o que pode causar paralisia cerebral, deficiência mental, epilepsia. Como o vírus é novo, ainda não há tratamento ou vacinas para controlar a evolução da doença, o que se pode fazer é evitar o contágio combatendo mosquito”.

A médica fala sobre os riscos do Zika Virus na gravidez. “Para quem está planejando a gravidez, o ideal é evitar e esperar alguns meses. Para quem está grávida, tem que usar repelente, cobrir braços e pernas e passar repelente nas áreas expostas do corpo, como rosto e mãos. Ter cuidados externos, não deixar água parada, manter quintais limpos”.

A professora Ana Cláudia Souza planejava engravidar neste ano, mas ficou indecisa após as últimas informações sobre o Zika. “A gente fica bastante na dúvida se é o momento de engravidar, pois não sabemos o que vai acontecer. Pode haver um grande numero de casos agora ou pode ocorrer daqui a alguns meses . Acho que todo mundo que pretende engravidar está em dúvida do que fazer.”

Segundo dados da Secretaria de Saúde, Dourados tem dez casos de microcefalia confirmados. Há 27 notificações de Zika Vírus no Estado, ainda não há  casos confirmados.

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