Campo Grande é a segunda cidade do país com o maior número de obesos, com 58% da população com a doença. De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, em 2012, a cidade era a quinta capital com mais obesos do país. Em 2015 subiu para a primeira posição do ranking, segundo a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Em 2017, um novo estudo revela que a cidade ocupa agora a segunda posição no ranking nacional.

Conforme pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a prevalência da obesidade duplica a partir dos 25 anos de idade e é maior entre as pessoas que têm grau de escolaridade menor. O relatório da ONU também alerta para a obesidade infantil. Segundo estimativa da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), cerca de 15% da população infantil mundial possui sobrepeso ou obesidade. Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe diretrizes para que o quadro seja revertido.
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A professora do curso de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Fernanda Zanoni associa a rápida propagação da doença à falta de informação das pessoas e ao mito de que para uma boa alimentação é preciso gastar muito. “Acho que o que falta é informação para as pessoas, conhecimento de que não é bem assim”.
A UFMS possui atendimento nutricional gratuito aberto à população de Campo Grande na Clínica Escola Integrada (CEI). De acordo a nutricionista da CEI, Thayana Regina Grance são feitos 25 atendimentos por semana. As pessoas interessadas devem ir até a clínica para realizar o cadastro e passar por uma triagem para a coleta de informações.
Thayana Grance explica que o histórico alimentar do paciente é registrado e os hábitos alimentares são acompanhados. Segundo ela, uma parte das pessoas que procuram o atendimento na Clínica possui alguma doença associada ao sobrepeso e obesidade. "O que a gente mais atende é paciente com doença crônica não transmissível, como a obesidade, diabetes e hipertensão”.
A acadêmica do curso de Direito da Universidade Católica Dom Bosco, Thaiza Marques Barbosa afirma que não tinha cuidado com os hábitos alimentares e procurou a ajuda de uma nutricionista. “Eu utilizei muitas dicas da nutricionista, como comer de três em três horas para não sentir fome e comer pouco nas refeições”.
Para ela, os alimentos necessários para uma alimentação saudável não aumentam o gasto com a sustentação.“Uma barra de chocolate custa oito reais e uma maçã um real. Não preciso ficar comprando aqueles cereais que custam dez reais a grama. Alface, ovo e frutas saem bem mais barato e são saudáveis”.
Serviço
A Clínica Escola Integrada (CEI) fica localizada no câmpus de Campo Grande da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no bairro Pioneiros. Telefone 3345-7967.