SAÚDE

Benefícios da vacina contra a gripe geram dúvidas na população

A campanha de vacinação contra a gripe foi prorrogada porque a Secretaria Municipal de Saúde Pública imunizou 97.754 pessoas, ou seja 52% do total do grupo prioritário em Campo Grande

Camila Mortari e Luana Afonso25/05/2015 - 16h08
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A campanha de vacinação contra a gripe, que acabaria na última quinta-feira (22) foi prorrogada até o dia cinco de junho em Campo Grande (MS). A Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) informou que 52% da meta do grupo prioritário de imunização foram alcançados. De acordo com a infectologista do Hospital Universitário, Anamaria Mello Miranda Paniago, um dos motivos desse índice ter sido baixo foi a dúvida da população em relação à vacina.

A dona de casa Pretina Teixeira, de 72 anos, ressaltou ter dúvidas quanto à eficácia da vacina, pois no ano passado, logo ao tomar a dose, ficou gripada. “Não entendi o porquê de se tomar uma vacina contra a gripe se ela te dá gripe depois. Aí fiquei com um pouco de medo ao tomar dessa vez”.

Anamaria Paniago explica que a vacina contra a gripe tem como composição o vírus inativo, não o vírus vivo, por isso não tem o potencial de causar a gripe. “O que pode acontecer é o indivíduo que vá tomar a vacina já estar no período de incubação de gripe, então é uma questão de coincidência.” A infectologista ainda explica que a vacina contra a gripe pode causar um pequeno mal-estar, uma leve reação, como uma dor no local da aplicação.

O Ministério da Saúde distribui a vacina gratuitamente e de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde Pública, 97.754 pessoas, um pouco mais da metade do público prioritario, foram até os postos de saúde se vacinar.O Ministério da Saúde assume os custos do grupo prioritário, ou seja, que tem o maior risco de internar-se ou morrer por gripe. A infectologista relata que as pessoas que não fazem parte desse grupo e que puderem arcar com os custos da vacina em algum hospital particular podem se imunizar também.

Gráfico: Camila Mortari

A médica Anamaria Paniago esclarece que “a síndrome de Guillain-Barre é um quadro neurológico que acontece muito raramente pré-dispostas e que é desencadeada por qualquer estímulo antigênico, uma infecção qualquer, a própria gripe. A gripe causa mais Guillain-Barre do que a vacina contra a gripe.”

A professora aposentada Mercedes Brito, de 65 anos, diz que nunca tomou a vacina e que não pretende se vacinar. “Eu sou contra qualquer coisa que não seja natural, fui criada com chás e não pego gripe, me recusei a tomar, não entrei nessa lista de prioridade. A gente não sabe se tem algum componente que pode contribuir pra alguma patologia. A matéria que eu li sobre ter mercúrio na composição só somou para a minha decisão.”

A infectologista diz que as pessoas leem matérias sem o embasamento científico e têm medo de se imunizarem. Ela garante que é importante todos os indivíduos do grupo prioritário se vacinarem na mesma época para não deixar o vírus circular no período de inverno. 

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