A campanha de vacinação contra a gripe ficou abaixo da meta em Mato Grosso do Sul. No total, 479.330 pessoas foram imunizadas contra a gripe até o dia 6 de junho no estado. A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS) tem como meta vacinar 663.656 pessoas, 90% dos integrantes do grupo de risco no estado até o final da 20ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza. De acordo com último Boletim Epidemiológico de Influenza divulgado pela SES/MS, até o momento 15 óbitos por gripe foram confirmados no estado, mais que o dobro registrado do ano passado.
A campanha que teve início no dia 24 de abril e que encerrou no 1º de junho, foi prorrogada pelo Ministério da Saúde até o dia 15 de junho, devido a paralisação dos caminhoneiros, que resultou no desabastecimento de combustível e na suspensão do transporte público, o que impossibilitou a população no acesso às unidades de saúde. Após o fim da campanha, as doses que sobrarem devem ser aplicadas em crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos.
Em Mato Grosso do Sul são 737.395 pessoas no grupo de risco, que inclui crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, mulheres que deram à luz recentemente, professores, profissionais da saúde, indígenas, indivíduos com 60 anos ou mais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independente da idade. De acordo com orientações do Ministério da Saúde, o público prioritário é escolhido ao levar em consideração as pessoas com mais chances de desenvolverem complicações ou até mesmo morrerem a partir da infecção pelo vírus da gripe. Os critérios são estabelecidos por meio da investigação do perfil dos casos graves e dos casos de óbito por gripe.
De acordo com a gerente técnica de doenças endêmicas da SES/MS, Lívia Mello a resistência à vacinação geralmente têm implicações econômicas e culturais. “Se a pessoa não estiver no grupo prioritário, ela irá procurar unidades particulares e isso tem um custo. As pessoas que não se vacinam, normalmente, não estão no grupo prioritário e as que estão no grupo e não se vacinam a gente não entende muito qual a razão, porque tem a vacina disponível na rede pública e acaba por não procurar por falta de conhecimento mesmo”.
A gerente técnica ressalta que a vacina ainda é estigmatizada e, devido a isso, gera uma resistência da sociedade ao procurar a prevenção. "Muita gente acha que ao tomar a vacina, logo vai ter gripe, desenvolver a doença. O que acontece é que pessoa pode estar exposto, como nós estamos nesse período do ano, à circulação de vírus respiratórios e com imunidade debilitada ou, por ter tomado a vacina, teve uma diminuição da sua imunidade e está em ambientes que têm a circulação do vírus. Porém, a vacina não assegura que a pessoa não terá gripe, ela garante a não infecção pela influenza desses três subtipos (H1N1, H3N2, Influenza B) que compõem a substância da vacina".