Lei que estabelece sanções administrativas para pessoas e estabelecimentos que praticaram atos discriminatórios por motivo de raça ou cor foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e sancionada pelo governador do estado, Reinaldo Azambuja no dia quatro de setembro. A lei objetiva suprir a falta de especificações nas legislações de racismo existentes e garantir a eficácia das denúncias. Um caso de discriminação racial em restaurante da capital motivou a elaboração do projeto. 5.388 de autoria do deputado estadual Pedro Kemp (PT).
A Lei permite que os atos discriminatórios sejam apurados em processo administrativo mediante a reclamação da pessoa que sofreu discriminação racial. De acordo com o deputado, as medidas administrativas foram escolhidas como penalidades para corresponderem à competência da Assembleia Legislativa e complementar a legislação federal. “É de competência da Assembleia Legislativa especificar melhor as situações de discriminação racial que muitas vezes não são consideradas pelas autoridades policiais. Estabelecer essas medidas disciplinares permite que as pessoas possam também responder disciplinarmente e sofrer algumas sanções previstas então nessa lei”.
As sanções serão advertência, suspensão da licença estadual para funcionamento por 30 dias, cassação da licença para funcionamento e multa de um mil Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul (Uferms), equivalente a R$ 28.770,00. A punição poderá chegar a três mil Uferms, que corresponde a R$ 86.310,00, se houver reincidência. A multa deverá ser aplicada de acordo com as condições socioeconômicas do autor da ação.
Segundo o deputado Pedro Kemp, foi criado um grupo de trabalho voltado para as ações em defesa da igualdade racial a partir de um encontro com representantes do movimento negro na Assembleia Legislativa para auxiliar nos processos da lei. O grupo terá a participação da secretária de Estado de Cidadania, Luciana Azambuja e da subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Ana José Alves.
Para Kemp, as intervenções são necessárias por questões de infraestrutura e pela necessidade de uma nova organização para realizar o procedimento de apuração das denúncias.