BIOMETRIA

Cadastramento biométrico do Título Eleitoral é realizado por 28% dos eleitores de Campo Grande

O Tribunal Regional Eleitoral espera 430 mil cidadãos para o cadastramento até o prazo da campanha que termina em março de 2018

Henrique Drobnievski, Maria Eduarda Leão e Matheus Lima.24/10/2017 - 08h25
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O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulgou, no último dia 2 de outubro, que 28% dos eleitores da capital realizaram o cadastramento biométrico obrigatório. Desde o começo do ano 164 mil dos 594.939 mil eleitores em Campo Grande se cadastraram. De acordo com o TRE, a expectativa no estado é que 80% dos eleitores realizem a atualização cadastral antes do fim do prazo em março em 2018. A Identificação Biométrica é um sistema de segurança para as eleições e é feita por meio de uma assinatura eletrônica, foto e impressões digitais do eleitor.

A assistente da Central de Atendimento ao Eleitor do Memorial de Cultura Apolônio de Carvalho, Flávia Tomigawa explica que a expansão do atendimento pretende alcançar maior número de eleitores. Ela afirma que a divulgação do cadastro é importante para mais eleitores regularizarem a situação. “A gente pede para divulgar nos bairros mais distantes, principalmente esse posto aqui no Memorial da Cultura, que fica em área central, mais próxima dos eleitores”.

Flávia Tomigawa afirma que a identificação por biometria busca evitar casos de fraude eleitoral. “É para garantir maior segurança na hora do voto para nenhum eleitor querer votar no lugar de outro”. Ela explica que o cadastro biométrico também poderá dinamizar o processo de identificação na urna. “Às vezes tem muito eleitor que demora para assinar, na digital ele é identificada pela impressão digital, e pode agilizar esse atendimento”.

A gerente de marketing, Karine Lombardi Wanser participou como mesária das duas últimas eleições, presidencial em 2014 e municipal em 2016. Ela afirma que a população é apática e não dá importância necessária para as eleições no país.”Poucas pessoas acreditam na importância da eleição, vão porque são obrigadas, poucos vão por prazer e vontade de mudar a realidade do Brasil”.

Karine Wanser não fez o cadastro biométrico por falta de tempo e acredita que a possibilidade de votar com a impressão digital não representa mais segurança no resultado das eleições. “Ainda não fiz o meu cadastro. Não acho que isso irá aumentar a segurança nas eleições”. A gerente de marketing ressalta que o cenário político atual é um fator que desmotiva a participação ativa da sociedade na política. Ela acredita que a situação política pode mudar, a responsabilidade é do cidadão. “Acredito que tem grandes chances de se reestabelecer desde votem nos candidatos corretos, fiscalizem e estejam perto dos seus candidatos durante os anos de mandato”.

A acadêmica de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Klariman Pereira também participou como mesária nas últimas eleições presidenciais e ainda não fez o cadastro biométrico. "Eu ainda não fiz meu cadastro biométrico, porque eu preciso transferir meu título de Aquidauana para Campo Grande, mas pretendo fazer assim que der tempo".

Klariman Pereira diz que a demora no atendimento dos eleitores é o que mais desmotiva as pessoas de efetuarem o cadastro."Com as pessoas achando que demora para fazer esse cadastramento e com cenário político deixando as pessoas bem desacreditadas da política, provavelmente, muita gente vai deixar para a última hora mesmo". A acadêmica foi mesária e lembra que por falha de mesários, o processo de votação por vezes era demorado. Ela acredita que com a biometria o processo eleitoral se tornará dinâmico e com menos falhas humanas.

Eleitores

  Segurança Aquino diz que precisa se programar para fazer a biometria.
  (Foto: Maria Leão)

O vigilante patrimonial, Adilson de Aquino fez seu Título de Eleitoral em 2002 quando era adolescente por curiosidade em votar. "Eu tinha 17 anos na época e eu tive curiosidade de votar, participar da cidadania e eu sempre votei de lá pra cá". O vigilante diz que a falta de tempo com relação à sua rotina de trabalho o impede de fazer o cadastro. "A correria do dia a dia. Eu sei que exige um bom tempo devido o congestionamento de muita gente, filas e eu sei que eu vou ter que gastar um tempo, mas vou ter que me programar". Aquino soube do prazo para o cadastro da biometria pelas redes sociais, que será em março de 2018. "Eu não assisto muito televisão, eu acompanho outros meios de comunicação. Só que pela internet eu já tinha visto, li em sites de jornalismo, de notícia que até março do ano que vem é último prazo. E eu não sabia que teria um custo após".

O acadêmico de Música da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Lucas Fernandes fez seu registro eleitoral em 2014 para poder votar nas eleições. "Eu fiz um pouco antes de fazer 18 anos, porque eu precisava votar. No ano teria votação, então eu tive que fazer. E eu também tive que fazer uns documentos no curso que precisava do título de eleitor". Fernandes soube do cadastramento biométrico por anúncios nas redes sociais. "Toda vez eu fico combinando com a minha vó, porque ela também tem que fazer, a gente fala 'nós vamos juntos', mas nunca vai [...] Eu acho que o brasileiro em si é mais 'folgado', calmo, mais tranquilo e acaba deixando tudo para última hora". 

  Lauany Santos afirma que o recadastramento é rápido e fácil. 
  (Foto: Maria Leão)

A acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Lauany Santos fez o cadastro biométrico e informa que soube da atualização ao assistir propagandas em canais de televisão. "Eu via sempre na televisão, mas nunca tive interesse em procurar. Aí teve um dia que minha mãe passou num concurso e ela teve que fazer cadastramento porque era obrigatório. Aí eu estava com ela. inclusive quando eu fui fazer. Ela fez o dela e como era rápido e fácil, eu aproveitei e fiz o meu". Lauany Santos diz que é preciso melhorar a propaganda sobre a atualização biométrica na capital. "Eu acho que precisa muito melhorar os centros de informação para as pessoas, porque até eu mesma não sabia. Muita gente não faz por desinteresse mesmo, porque não procura e com essa obrigatoriedade eu acho que muita gente vai ter que procurar, mas mesmo assim muitos não tem interesse". 

Fonte: Fala Povo realizado da Praça Ari Coelho em Campo Grande - MS.

 

Identificação Biométrica

  Justiça Eleitoral solicita documentos oficiais no cadastro biométrico.
  (Foto: Henrique Drobnievski)

Em Campo Grande para fazer o cadastro biométrico, a população pode agendar a atualização do Título Eleitoral pela internet ou ir a um dos seis postos de atendimento eleitoral. Os postos da Central de Atendimento ao Cidadão (Fácil) dos bairros Aero Rancho, General Osório, Guaicurus, do Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, a Central de Atendimento Eleitoral do Parque dos Poderes e o Centro Integrado de Justiça realizam o cadastro da biometria para a média de 100 a 200 pessoas por dia. A Justiça Eleitoral divulgou que o eleitor deve apresentar a cópia e original da Carteira de Identidade ou outro documento oficial de identificação com foto, e comprovante de residência atualizado. Os homens com mais de 18 anos que forem fazer o Título de Eleitor pela primeira vez devem apresentar, além desses documentos, a cópia do comprovante de quitação do Serviço Militar.

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