Substâncias com ação anti-leishmaniose são testadas no curso de Farmácia da UFMS

7/10/2013 - 19h36
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[caption id="attachment_5720" align="alignleft" width="300"]Carla Arruda cort Professora Carla Arruda[/caption]

O programa de mestrado do curso de Farmácia e o Laboratório de Farmacognosia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) desde 2009 realizam pesquisas para substituir o medicamento atualmente comercializado para tratamento da leishmaniose.

A professora do curso de Farmácia da UFMS, Carla Cardozo Arruda explica que o antimoniato de N-metilglucamina, o atual medicamento disponível para o tratamento da doença, é muito antigo e pode causar reações adversas. Entre os efeitos colaterais causados pelo medicamento está taquicardia, mal-estar, náusea, cariotoxidade, além da possibilidade de desenvolver a resistência da leishmania ao remédio.

A primeira fase da pesquisa é a extração e produção dos produtos de origem vegetal que é realizado pelo Laboratório de Farmacognosia do CCBS. Algumas substâncias com potencial de serem transformadas em fármacos foram encontradas, são a selaginella sellowii, espécie de arbusto e as plantas do gênero piper.

O professor de farmácia da UFMS, André Baroni realiza as pesquisas no Laboratório de química farmacêutica, comenta que depois da descoberta do extrato, do estudo pré-clínico e confirmado a segurança toxicológica, ou seja, que a substância não é tóxica ao ser humano, a vigilância sanitária libera para testes em seres humanos.  As etapas são demoradas, mas depois de comprovado a eficácia da substância contra a leshimania, o fármaco é lançado no mercado.

Incidência da doença em Mato Grosso do Sul

De acordo com o Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) aumentou o número de incidência da leishmaniose visceral americana em 2012, foram notificados e confirmados 152 casos da doença, no mesmo período de 2011 eram 143 casos. Do total dos casos, 53,3 % foram no município de Campo Grande.

Segundo a SINAN, a Gerência Estadual de Zoonoses da Coordenadoria Estadual de Vigilância Epidemiológica, desde 2008, realizam oficinas de trabalhos para médicos e enfermeiros da rede pública para diagnosticar e dar assistência aos pacientes.

A leishmaniose é uma doença endêmica no Estado, a mais incidente é a do tipo visceral que ataca vários órgãos do corpo e que pode levar a óbito. A professora Arruda explica que o tratamento dessa patologia é demorado e que o medicamento administrado, o antimoniato de N-metilglucamina, causa vários efeitos colaterais que podem oferecer riscos à vida do paciente. Arruda afirma que "é necessário um novo remédio contra leishmaniose, já que o utilizado no Brasil é muito antigo e apresenta casos de resistência da leshmania ao medicamento".

Alline Gois

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