Sesc promove exposição para conscientização sobre consumo e lixo

26/09/2013 - 14h52
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[caption id="attachment_5310" align="alignleft" width="300"] Módulo 1 da Mostra "Lixo é Quase Nada"[/caption] O Sesc realiza a mostra Lixo é Quase Nada até 27 de setembro,  no Sesc Horto, que tem por objetivo conscientizar a população em relação a seus hábitos de consumo e mostrar as possibilidades de reaproveitamento de materiais descartados. Com o aumento da população urbana, o volume de resíduos sólidos produzidos por essas pessoas tem crescido na mesma proporção, e torna-se cada vez mais difícil o correto tratamento desse produto. De acordo com artigo A Questão do Lixo Urbano e a Geografia, de Luiz Cláudio dos Santos, apresentado no 1º Simpósio de Pós-Graduação em Geografia do Estado de São Paulo, "o problema se agrava frente ao contínuo crescimento da população humana e sua respectiva concentração em centros urbanos que, aliado a um modo de vida baseado na produção e no consumo (e consumismo) cada vez mais rápidos de bens são fatores que contribuem e, talvez, sejam os principais responsáveis pela grande quantidade dos resíduos sólidos gerados diariamente neste planeta". Segundo informações da assessora de imprensa da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, da Prefeitura de Campo Grande, na capital são geradas cerca de 700 toneladas de lixo por dia, num total de quase um quilo de lixo por cidadão, e 97% dos bairros da cidade são atendidos pelos caminhões de recolhimento, porém o material retirado não recebe uma destinação adequada. A coleta de lixo é realizada por uma empresa terceirizada, a Solurb, que transporta os resíduos domiciliares para o aterro sanitário, localizado entre a saída para Sidrolândia e São Paulo, no macro anel rodoviário. De acordo com nota publicada pela empresa Recicláveis, especialista em reciclagem, o aterro não possui importantes requisitos no que diz respeito ao cuidado com o meio ambiente, como ausência de drenagem dos gases produzidos pelo acúmulo de resíduos; impermeabilização precária do solo, que resulta em vazamento do chorume, líquido resultante da decomposição do lixo, no lençol freático; e monitoramento ambiental inexistente. Além disso, não existe separação e reciclagem do lixo seco no destino, que seriam realizadas na Usina de Tratamento de Resíduos (UTR), cuja obra não está pronta, apesar do prazo para conclusão ter expirado. Uma forma de combater o problema de acúmulo de resíduos sólidos é levar a população a repensar seus hábitos de consumo e fazer com que as pessoas tenham mais consciência sobre a cadeia produtiva do lixo. Conforme Lígia Maria Magalhães, na monografia Lixo e desperdício, perspectiva numa sociedade de consumo apresentada à Universidade Cândido Mendes, "a palavra de ordem é eliminar o desperdício, controlando o consumo, racionalizando o uso de produtos industrializados, revendo nossos hábitos, orientando e educando as novas gerações sobre a preservação ambiental". Com esse intuito, o Sesc organizou a Mostra Lixo é Quase Nada, com dados sobre os materiais recicláveis, números referentes ao volume de lixo produzido em várias regiões do país, exemplos de como os resíduos podem ser reaproveitados, além de várias outras  informações úteis acerca do universo relacionado ao lixo. A mostra itinerante é uma realização do Sesc Nacional, com o Projeto SescCiência. Para apresentar a mostra em Mato Grosso do Sul, o Sesc firmou  parceria com a UFMS, que formou uma equipe mediadora dos conteúdos apresentados, com a aplicação do conceito de mediação cultural, que são "processos de diferente natureza cuja meta é promover a aproximação entre indivíduos e coletividades e obras de cultura e arte", de acordo com o Caderno de Diretrizes Museológicas. A equipe, coordenada pelo professor Hamilton Correa, é composta de estudantes de vários cursos da Universidade Federal, das áreas Humanas, Biológicas e Exatas, dada a diversidade de aspectos que estão envolvidos no processo de produção do lixo. Confira abaixo, entrevista com o professor Hamilton Correa, sobre a mostra: http://youtu.be/MzyVJAmavQk
Estudantes das escolas da capital podem visitar a exposição, com turmas de até 50 pessoas, e o ingresso é a doação de uma garrafa pet, que deve estar sem rótulo e lavada. A mostra está localizada no Sesc Horto, que fica na Rua Anhanduí, nº 200.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 3357-1200.
Repórter: Marina Callejas
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