Motociclistas no trânsito de Campo Grande(Foto: Izabela Borges)[/caption] O Ministério da Saúde divulgou, em maio último, que o número de mortes de motociclistas no Brasil cresceu quase 400% entre 2001 e 2011. O dado é preocupante para quem utiliza esse meio de transporte e dá veracidade há algo conhecido nas ruas das grandes cidades, o motociclista corre riscos todos os dias. Segundo dados da pesquisa realizada pela ONG Mapa da Violência em 2012, se as estatísticas com motociclistas não fossem consideradas, o número de mortes no trânsito teria queda de 18,7% entre 1996 e 2010, o que representa diminuição de 33,9 mil para 27,5 mil. O resultado da pesquisa apontou que as motocicletas são responsáveis por grande parte dos acidentes de trânsito. [caption id="" align="alignright" width="300"]
Mapa da Violência 2012[/caption]
Renata Santos, 25 anos, que anda de moto em Campo Grande desde 2008, se envolveu em um acidente pela primeira vez na noite desta segunda-feira (10). Outra motociclista, que estava atrás de Renata, foi fechada por um carro, e por isso colidiu com a moto dela, que tombou no asfalto.
Santos reclama que o trânsito oferece muitos riscos ao motociclista. “Na maioria das vezes são os carros que me fecham. Eu dirijo e também piloto, e normalmente quando eu estou dirigindo os motociclistas são ‘de boa’, mas os carros nos ‘fecham’ muito", explica a motociclista.
Entre os motociclistas, levar uma “fechada” é quando um veículo entra na frente da moto sem sinalizar, o que provoca muitos acidentes como o de Renata Santos.
Para o agente de trânsito Tiago Paulino Jorge, da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), os motociclistas não são apenas vítimas no trânsito. Jorge afirma que eles também desrespeitam a legislação de trânsito. "As maiores imprudências cometidas são transitar com a viseira do capacete aberta ou a presilha do capacete aberta, utilizar o celular fixo dentro do capacete, avançar o semáforo, pilotar com sapato inadequado e transitar com excesso de lotação", explica o agente de trânsito.
Ouça o relato do agente de trânsito Tiago Paulino sobre a infração mais cometidas na Capital:
https://soundcloud.com/primeiranot-cia/perigo-e-necessidade
Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, hospital referência em traumas de média e alta complexidade, os acidentes com motociclistas aumentam aos fins de semana, nos dias de pagamento de salário e também quando o clima está mais quente. De acordo com as estatísticas do hospital, o total de atendimentos a pacientes vítimas de acidentes de trânsito com moto foi de 4.132 em 2012, e em 2013, até junho, o registro de atendimentos foi de 1.871.
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Motociclista Renata no canteiro após queda de moto[/caption]
O motociclista Emanuel Rogério de Oliveira faz parte das estatísticas de atendimento da Santa Casa. Ele diz que sofreu um acidente de moto em 2001 e teve a perna esquerda amputada por conta dos feridos na colisão. Oliveira lembra que durante três anos após o acidente, evitou sair de casa por receio da reação dos conhecidos na rua, mas, garante que hoje superou a dificuldade com suporte da religião e do esporte.
Ele afirma que apesar do acidente, não se intimidou e continua a pilotar motocicleta, mesmo após ter sofrido outra queda em 2008. “A gente percebe que começa a perturbar as pessoas quando se depende muito delas, por isso voltei a usar a moto” argumenta.
Emanuel faz a demonstração de como faz pilota a moto sem uma perna.
Assista o vídeo abaixo.
http://youtu.be/ugGbwHYMQiE
O motociclista Emanuel recomenda que os usuários desse meio de transporte prestem mais atenção no trânsito. Ele garante que alguns cuidados são essenciais para quem pilota moto, dentre eles, se atentar à prática de direção defensiva, respeitar o posicionamento correto da motocicleta na via, além de outros cuidados como nunca trafegar sobre calçadas, canteiros ou outros locais impróprios para motos.
Texto: Cynthia Paludeto (cynthia_paludeto@hotmail.com)
Fotografia: Izabela Borges (izaaborges@gmail.com)
Editora: Gabriela Pavão (gpavao01@gmail.com)
