COLETA SELETIVA

Projeto de reciclagem viabiliza coleta seletiva de resíduos sólidos

Géshica Rodrigues e Tatyane Cance12/05/2015 - 16h26
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O Projeto Drive Thru Ecológico objetiva promover a coleta seletiva de resíduos trazido por moradores de Campo Grande. As pessoas que se associam ao projeto levam os materiais de sua casa e contribuem para a redução e reciclagem de diversos resíduos sólidos. Os materiais arrecadados são doados para 10 cooperativas e catadores da cidade que fazem a separação dos papéis, plástico, metais e vidros.  

O projeto tem o apoio de 800 famílias, que possibilita selecionar cerca de uma tonelada de material reciclável por semana. Os voluntários acumulam pontos ao levar qualquer tipo de produto reciclável na Ecoplantar, instituição que coordena a iniciativa. O lixo acumulado é trocado por cupons que podem ser utilizados em diversas empresas colaboradoras, como restaurantes, lanchonetes, sobarias, cabeleireiros, farmácias e serviço de táxi. 

Conforme dados da assessoria de imprensa da concessionária CG Solurb Soluções Ambientais, responsável pela limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos da capital, Campo Grande produz cerca de 870 toneladas de lixo e apenas seis toneladas são recicláveis. O caminhão de reciclagem da empresa faz a coleta seletiva uma vez por semana em 11 bairros próximos da região central, como São Lourenço, Carandá Bosque, Jardim Autonomista, Santa Fé, Jardim Veraneio, Chácara Cachoeira, Bela Vista, Tiradentes, Jardim TV Morena, Vilas Boas e Vila Carlota. Segundo a Prefeitura Municipal de Campo Grande, ainda existem cerca de 60 locais de entrega voluntária espalhados pela capital, somente 8% dos resíduos são reciclados.

Grafite feito por um voluntário (Foto: Géshica Rodrigues)

A proposta surgiu de dois amigos, o administrador hospitalar Rodrigo de Albuquerque e o representante comercial, Marcos Kirst. O programa tem oito anos de existência, funciona em uma estrutura fornecida pela prefeitura, no Parque Linear do Segredo. Albuquerque esclarece que “O lugar estava abandonado e o secretário Municipal do Meio Ambiente da época, Marcos Cristaldo, entendeu o projeto e cedeu o espaço para trabalharmos”.

Segundo Albuquerque, o projeto contribui para o aumento da quantidade de material reciclável das cooperativas e tirar o maior número de catadores das ruas. O administrador destaca que “catadores não são reconhecidos, nem um filtro solar eles ganham. Por isso, se colocarmos eles nas cooperativas, eles sairão das ruas, trabalharão com carteira assinada e aumentarão suas rendas”. 

O programa é financiado pela própria Ecoplantar. No local os voluntários vendem mudas e artesanato com madeiras de árvores quebradas, o dinheiro arrecadado é direcionado para as despesas do projeto. Albuquerque explica, “para não tirar do nosso bolso, a gente produz essas mudas, que plantamos em embalagens pet que achamos nas ruas, até para incentivar a reutilização e as vendemos para ajudar a manter as despesas do Drive Thru”. Além disso, os proprietários aproveitam para realizar palestras sobre educação ambiental. “Nós damos palestras em escolas e cobramos uma taxa, mas entregamos 30 mudas para eles plantarem e ajudar assim no reflorestamento”.

Rodrigo Albuquerque mostra o "galão de lixo Itú" (Foto: Géshica Rodrigues)

Para os responsáveis, o programa é apenas um paliativo e não a solução para o problema ambiental do estado. Marcos Kirst declara que “o problema nunca vai acabar se você não educar as pessoas. Se através da educação a gente conseguir fazer a população separar seus resíduos e trazer o material para cá já é uma casa a menos que manda isso pro lixão e consequentemente é um catador a menos nesse ambiente”.

Albuquerque explica que a coleta seletiva precisa da colaboração de todos e principalmente das autoridades estaduais e municipais. “Se o poder público coletasse mais os resíduos e distribuísse mais nas cooperativas já estaria fazendo o seu papel. Porque dinheiro e estrutura tem”.

O voluntário Márcio da Silva  levou pela primeira vez, neste mês, os resíduos do seu escritório, principalmente papéis e papelões. “Eu estava passando por aqui e me chamou a atenção o lugar, entrei e busquei informação. Achei interessante a iniciativa e decidi colaborar. Até já divulguei para algumas pessoas”.

Lei do Lixão

Desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos aprovou a Lei que determina que todo resíduo sólido deve ter uma destinação correta. Está previsto para o fim de maio deste ano, a inauguração da Usina de Tratamento de Resíduos (UTR), no bairro Dom Antônio Barbosa. As obras estavam paradas desde 2012 e foram retomadas em agosto de 2014, após a publicação da Lei que determina o fechamento dos lixões a céu aberto entrar em vigor.

Serviço

Ecoplantar - Drive Thru ecológico (67) 9142-1209/ 9308-9593/ 9655-3147

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