O projeto de revitalização do lago do Parque das Nações Indígenas, da Prefeitura de Campo Grande em parceria com o Governo do Estado, busca resolver o problema de assoreamento no local. De acordo com a engenheira Ambiental, Maria Eduarda Ferreira o processo de desassoreamento é insuficiente e as obras nas nascentes são importantes para evitar que o lago volte a apresentar níveis de risco de seca. Destacou que o lago do Parque, assim como outros existentes na cidade, são artificiais e o assoreamento afeta a microfauna e animais como capivaras, quatis e peixes.
A parceria entre o município e o Governo do Estado tem como objetivo retirar os sedimentos acumulados e iniciou com a remoção dos animais, seguida da retirada da água. Os resíduos retirados foram transportados para o Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (Cetremi), na saída da cidade. Para a engenheira Ambiental Maria Eduarda Ferreira há uma preocupação em relação a condição do sedimento. “Você não sabe de onde veio, pode ser que ele contenha algum metal tóxico, por isso o ideal é fazer um estudo”. A engenheira questiona a eficácia do transporte da areia. “Esse processo é tirar uma areia daqui e colocar em outro lugar, e pode até ser uma solução temporária, mas se você não se atentar aos problemas na bacia, vai vir toda a areia de novo”.
De acordo com o superintendente de Serviços da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) e responsável pela obra de desassoreamento, Mehdi Talayeh a causa da aceleração no processo de assoreamento no lago do Parque das Nações Indígenas foi a pavimentação, que afeta a permeabilidade do solo e reforça a ação da água da chuva em carregar os sedimentos. Talayeh comenta que a intervenção é importante para a eficácia desse processo nas bacias do córrego Joaquim Português e do córrego Reveillon, onde existem caixas de contenção para evitar o depósito de sedimentos no lago principal.