EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul inaugura Usina Solar Fotovoltaica

Usina inaugurada no dia 18 de setembro atenderá pesquisas científicas e fornecerá energia para a instituição

Ana Beatriz Rigueti, Mariana Alvernaz e Vitória Oliveira22/09/2018 - 10h14
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A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) inaugurou, no dia 18 de setembro, a Usina Solar Fotovoltaica, localizada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FAMEZ). A energia produzida será revertida para a Universidade, com o objetivo de diminuir o gasto mensal da UFMS. O projeto conta com 20 pessoas na equipe técnica, com pesquisadores, estudantes de engenharia química, engenharia elétrica e engenharia da computação. A usina deverá ser finalizada no prazo de um ano e seis meses.

A Usina foi desenvolvida pelo professor da Faculdade de Computação (Facom) da UFMS, Ricardo Santos. Ele afirma que a instalação objetiva fornecer tecnologias para que os pesquisadores façam a identificação, predição e a limpeza dos painéis solares de maneira automatizada e sem intervenção humana. "O projeto viabiliza pesquisas atuais e futuras na área de energias renováveis”.

Segundo Santos, um dos fatores que impedem que o sol seja absorvido é a sujeira. "A sujidade é composta por partículas de sujeira sobre os painéis solares e dão prejuízo à produção ideal do painel". Santos ressalta que o fator de sujidade afeta diretamente a produção de energia e que a falta de limpeza dos painéis solares ocasiona a perda de mais de 20% da energia gerada. A solução para evitar a perda foi a criação de um robô. "Não basta apenas fazer um robô para limpar, porque o robô precisa de um acionamento, e nós entendemos que esse acionamento também precisa ser feito de maneira inteligente”. A ação robô deve ser calculada previamente e os pesquisadores desenvolveram um módulo de software de inteligência computacional baseado em aprendizado de máquina e técnicas de modelagem de estatística. 

De acordo com Santos, a usina tem o custo de, aproximadamente, R$ 1,5 milhão e envolve a instalação, manutenção, finalização da construção e o pagamento de bolsistas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) financia a obra da Usina por meio do Programa Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica (P&D Aneel). O progama objetiva que empresas de energia elétrica utilizem uma parte de seus lucros para investir em projetos de pesquisa e desenvolvimento. O engenheiro do Setor de Regulação e Pesquisa da Aneel, Diego Melo da Silva afirma que a agência incentiva projetos de pesquisa na área científica. 

Atualmente, são realizados estudos da quantidade de água necessária para limpar os painéis. Alunos e professores desenvolveram uma versão inicial de dispositivo de limpeza automatizado que servirá como base para futuras implantações.

 
Mais de 35 módulos fotovoltaicos de 275 Watts foram instalados (Foto: Vitória Oliveira)

A Usina da UFMS têm capacidade de gerar 8.200 watts. A estimativa é de que uma família brasileira de quatro pessoas consome em média 539,7 Watts de energia mensalmente. A tarifa de energia elétrica pode oscilar de um mês para o outro baseado no consumo médio da residência. A usina tem capacidade para abastecer 15 residências populares.

O sócio administrador da empresa de geração de energia fotovoltaica Nexsolar, Felipe Araújo afirma que a Universidade terá uma economia mensal de 2.000 kWatts por mês. “Isso equivale cerca de R$2.000,00 na conta de luz da UFMS, que ela deixará de pagar”. A Universidade possui várias unidades consumidoras e gastou em média, de janeiro a agosto de 2018, 546 mil reais de energia por mês. O desconto na energia será em torno de 0,36% em sua tarifa mensal. 

A construção de uma usina de energia solar fotovoltaica, como a da UFMS, difere da instalação de sistemas solares em telhados de residências. A estrutura foi construída no chão com uma base e depois colocaram a parte superior dos materiais, que receberam os módulos fotovoltaicos.

Felipe Araújo afirma que o impacto ambiental é baixo quando comparado a outras fontes de geração de energia. "Existem fontes distantes do centro de carga, que tem como desmatar áreas para poder trazer a energia para a cidade. A placa gera na cidade. Estudos demonstram que uma placa equivale a 665 kg de CO2 por ano de equivalência de créditos de carbono”. 

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