Professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) iniciam greve por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira, 6 de novembro. A categoria rejeitou, em assembleia, a proposta apresentada pela prefeitura de Campo Grande de adiar o pagamento da quarta parcela do reajuste para o final do mês. A medida vai impactar 94 mil alunos na Capital.
Os professores exigem o cumprimento integral da Lei Municipal nº 5.189/2013 que determina a integralização do piso nacional para 20 horas. Aprovada em 2013, a legislação determina que a partir de outubro deste ano os professores passem a receber por 20 horas de trabalho semanais o valor 1.700 reais, equivalente a 8,46% de reajuste. A medida que atende 5.500 professores provocará impacto de R$ 3.308 milhões na folha de pagamento. A assessoria da prefeitura afirmou que a administração passa por dificuldades financeiras que inviabilizam a implementação do reajuste.
Segundo o presidente do Sindicato Campo-Grandense de Profissionais da Educação Pública (ACP), professor Geraldo Alves Gonçalves, não há justificativas para o não cumprimento da determinação. “Nós sempre buscamos o piso para a jornada de 20 horas, já fizemos muitas concessões, inclusive esta lei definiu a integralização em quatro parcelas. A lei é de 2013, o prefeito já devia saber que seria preciso se preparar para cumpri-la. É inaceitável que o prefeito não queira cumprir a lei que valoriza o professor.”
A vice-presidente da ACP, Geruza Saraiva, explica que os professores iniciaram as negociações com a administração há pelo menos dois meses. "Fizemos várias assembleias, fomos a prefeitura, à Câmara e não conseguimos nenhum avanço com o Gilmar Olarte." Os parlamentares apoiam os professores e afirmaram que a Casa de Leis não votará em projetos do executivo, até que o Prefeito Gilmar Olarte cumpra o reajuste. Em carta aberta à população, os sindicalistas agradeceram o apoio dos vereadores
A professora Beatriz Almeida se diz surpresa com a situação. "Não esperávamos isso. A aprovação dessa lei foi tão difícil, uma vitória pra categoria. Não imaginei que passaríamos por isso."






