COMÉRCIO

ACICG prevê aumento nas vendas de fim de ano

Mais da metade da população brasileira está endividada e continua a gastar

Bárbara de Almeida e Natália Moraes24/11/2014 - 16h55
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Representante de 4936 empresas da Capital, a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) prevê o aumento de 3,5 a 4% nas vendas no comércio da Capital durante o final do ano. Para o presidente da instituição, João Carlos Polidoro, o aumento é menor do que o esperado. Segundo eole, "o primeiro semestre de 2014 foi difícil para os comerciantes, por conta dos grandes eventos que ocorreram no País".

Entre as ações desenvolvidas para aumentar o número das vendas Polidoro cita a Campanha Nome Limpo, que visa recuperar o crédito de clientes inadimplentes, para que esses possam voltar a comprar a prazo novamente. "A compra a prazo é uma ferramenta muito importante para o comércio, então é necessário que as pessoas com problemas consigam resolvê-los. Temos como objetivo recuperar em torno de 4,5 milhões de um universo de 102 milhões de reais"

Outra ação realizada pela Associação é a Campanha de Natal, que incentiva os clientes em condições de comprar a "visitarem mais as lojas e movimentar mais o comércio de uma maneira geral". A ação prevê o sorteio de dois carros, um para o cliente e outro para a empresa em que ele comprou. 

 
 

Endividamento é um problema nacional

Pesquisas recentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelaram o nível de endividamento da população brasileira. Segundo o levantamento “Perfil do adimplente e inadimplente”, cerca de quatro em cada dez brasileiros estão negativados e sem intenção ou condições de quitar as dívidas nos próximos três meses.

O uso do cartão de crédito sem prudência é o principal motivo para o endividamento. Segundo a pesquisa, 57% dos entrevistados que se denominaram inadimplentes estão com alguma fatura atrasada. O principal motivo que impede a quitação das dívidas, apontado por 33% dos entrevistados, é a falta de controle ou planejamento financeiro.

O servidor público Felipe Schultz se encontra na parcela da população que não se denomina como "endividada". O seu 13º salário será usado como uma recompensa pelo seu controle financeiro. "Será o meu próprio presente pelos outros 12 meses que eu fiquei trabalhando bastante, então vai ser usado realmente para as festas de Natal e ano novo, e um pouco de tentativa de férias".

Outra pesquisa do SCP Brasil aponta que 82% da população usará o 13º para compras no final do ano. No movimento contrário a compra desenfreada, a funcionária administrativa Renata Marçal usará o 13º salário para pagar parte de suas dívidas, que atualmente são maiores do que seu salário. "Mesmo usando meu 13º, vou continuar endividada por mais um mês".

Para o psicólogo Silvio Mendes, a "obrigatoriedade" de comprar e presentear no final do ano, apesar das dívidas, "pode estar relacionado a baixa autoestima e a afetividade do consumidor, que acredita ser necessário dar presentes para poder estar relacionado com os seus". Para quebrar tais hábitos, Mendes afirma que o consumidor precisa do apoio de amigos e familiares e, quando o caso é grave, ajuda psicológica.

Para as pessoas que tiverem interesse em saber mais sobre seus hábitos de compra. o SPC disponibiza o "teste para saber se você é consumidor compulsivo". 

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