GREVE DOS BANCÁRIOS

Greve conquista benefícios para bancários

Paralisação durou sete dias e causou contratempos à população

Gabriel Ibrahim e Raquel de Souza13/10/2014 - 15h36
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Representantes sindicais dos bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram nesta segunda-feira (13) o acordo que encerrou a greve iniciada no dia 30 de setembro. Foi aprovado um reajuste de 8,5% nos salários, 9% no piso salarial e 12,2% no vale-refeição, aceito pelos bancários na última segunda-feira (6). Segundo informações divulgadas pelo Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, aderiram à paralisação mais de 80 agências em Mato Grosso do Sul e 10.335 em todo o país.

Serviços como pagamento de contas, saques e transações bancárias ficaram indisponíveis nas agências. O designer gráfico Aderlito Mota Ferreira foi um dos prejudicados. “Eu tinha contas de água e luz para pagar e não pude efetuar o pagamento por conta da greve, o que resultou num atraso”.

A presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS, Iaci Azamor Torres, lamenta que as negociações com a Fenaban não tenham chegado a um acordo antes da greve. “A gente sabe que está causando prejuízo, mas se não é assim, não conseguimos nada”. Ela explica ainda quais foram as principais conquistas atingidas pela classe, que vão além do aumento salarial.

Com a greve, além do aumento real de salário pelo 11º ano consecutivo, foram conquistadas melhorias trabalhistas como a readmissão automática a gestantes, a realização de seminários para discutir sobre novas tecnologias e direitos a casais homoafetivos. Iaci Torres está otimista quanto às mudanças. “Nós temos muitas situações de mulheres que são demitidas e que no aviso prévio descobrem que estão grávidas e os bancos não reconhecem, a partir de agora esse direito está reconhecido, então pra nós mulheres foi um avanço muito grande”. Foi acordada também a contratação de mais dois mil funcionários para a Caixa Econômica e dois mil para o Banco do Brasil.

Outro ponto destacado pelos bancários foi o combate às praticas abusivas por parte dos Bancos, que inclui a proibição da cobrança de metas dos funcionários por mensagens efetuadas pelo celular e por qualquer outro tipo de aparelho. A presidente do Sindicato explica no que consistia a prática. “O bancário é diariamente cobrado e lembrado dessas metas e na maioria das vezes de forma constrangedora que aumentam a pressão e consequentemente abalam o emocional do bancário e acabam reduzindo a produção, então isso também foi uma evolução”.

Para o secretário de Relações Sindicais dos Bancários, Benício Faustino Pereira, houve uma surpresa em relação à duração da greve. Pereira acrescenta que além dos trabalhadores os clientes também se beneficiam com as metas alcançadas.

Jornada de trabalho será compensada após a greve­

O advogado Henrique Lima explica que a compensação dos dias parados durante a greve pode funcionar de várias maneiras. “Têm casos onde os trabalhadores perdem o salário, têm os casos onde trabalham no sábado, outros prorrogam uma hora a mais por dia durante a jornada normal de segunda a sexta-feira, é a Justiça que determina”.

Segundo Lima, no caso dos bancários a compensação dos dias parados durante a greve será de uma hora por dia no período de 15 a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora por dia no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas, sem desconto nos salários.

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