A loja ganhou dois andares com a reforma do prédio - (Foto: Mikaele Teodoro)As vendas na Central de Economia Solidária de Campo Grande saltaram de R$ 16 mil mensais para R$ 23 mil graças a reforma do prédio que completa um ano em novembro, explica a artesã e administradora da loja Claurinda de Oliveira Fernandes. O crescimento de mais de 43% no lucro mensal do empreendimento beneficia, diretamente, famílias de mais de 40 bairros da cidade. A Central de Comercialização fica na rua Cândido Mariano, 1500.
A loja é um local para divulgação, exposição, degustação e comercialização dos produtos produzidos por populações indígenas, quilombolas e empreendimentos econômicos solidários variados. Artesanato, massagem, lanchonete, verduras e legumes orgânicos. Há espaço para estes e muitos outros produtos e serviços na nova sede da Central. O que antes era apenas um andar, tornou-se três amplos e arejados espaços para a exposição dos produtos produzidos pelas famílias da cidade.
Claurinda de Oliveira diz que o crescimento do público e das vendas superou a expectativa de todos. "Está sendo muito produtivo pra todos nós. A reforma trouxe visibilidade para os nossos produtos e aumentou as vendas. Com isso, todos nós ganhamos. É muito gratificante."
Claurinda de Oliveira diz também que, além da nova fachada do prédio que tornou a loja mais visível, a instalação da lanchonete no primeiro piso também colaborou para o crescimento das vendas. "Agora as pessoas podem vir, tomar um café e olhar nossos produtos com calma."
A coordenadora do Fórum Estadual de Economia Solidária, Sebastiana Almire, diz que um dos principais elos da economia solidária é o escoamento da produção. "Conversando com os produtores e em pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos 11 anos nós percebemos que ter um ponto fixo para a comercialização do que produzimos é fundamental para a economia solidária. A Central de comercialização surgiu para atender esta necessidade."
A consumidora Janaína Cunha Bezerra, 36 anos, entrou pela primeira vez na Central há cerca de quatro meses e diz ter se apaixonado pela produção. "Eu conheci a loja e me apaixonei, agora já sei onde tenho que vir toda vez que preciso comprar algum presente. É um jeito de consumir o que é produzido por gente daqui".
A Economia Solidária e a auto gestão
Economia Solidária é um jeito diferente de produzir. Uma alternativa ao sistema Capitalista, como define Sebastiana Almire. Ela explica que o embrião desta alternativa econômica surgiu em 2001 durante o Fórum Social Mundial organizado em Porto Alegre. De lá pra cá, uma rede de fóruns e conselhos foram criados para desenvolver as práticas em todo Brasil.
Organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca e redes de cooperação, esta alternativa se opõe à exploração do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua integralidade como sujeito e finalidade da atividade econômica. "Nós combatemos a lógica do empregado e patrão. Na economia solidária, todos são donos do empreendimento e possuem a mesma responsabilidade sobre a atividade." Outros pontos que definem a economia solidária estão enumeradas na Carta de Princípios.
Serviço
A Central de Comercialização fica na rua Cândido Mariano, 1500.?
Horário de funcionamento: Das 8 às 18 horas
Telefone: 067 3382-4021
