Mato Grosso do Sul tem o terceiro maior índice de divórcios do Brasil, com uma taxa de 3,63% em relação aos outros estados. O primeiro lugar é ocupado pelo Distrito Federal com 3,74% e o segundo por Rondônia, com 3,71%. Os dados são baseados nas estatísticas do Registro Civil de 2014 e foram divulgados no final de novembro de 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na pesquisa foram considerados os divórcios de pessoas com 20 anos ou mais, realizados pelo Cartório de Registro Civil sem a necessidade da presença de um juiz.
A pesquisa também mostrou que Mato Grosso do Sul está em segundo lugar no ranking de longevidade dos casamentos. No Brasil, a média nacional do tempo entre o início do casamento e o divórcio é de 15 anos. No Estado a média de duração é de 13 anos e está à frente apenas do Acre, com 12 anos.
Segundo o psicólogo clínico Elton Cunha Lima, as situações que são tidas como causadoras de um divórcio, por exemplo, problemas financeiros e relações extraconjugais são estímulos negativos que ocasionam pensamentos e sentimentos internos em cada uma das partes, que desgastam a relação com o passar do tempo. “A causa não está na situação em si, mas na interpretação dos fatos e na forma que o casal lida com as situações-problemas. Essa dificuldade de lidar com os acontecimentos acaba prejudicando aquilo que motivou a união inicial deste casal”.
Lima também afirma que, por se tratar de um rompimento, o divórcio é potencialmente ruim, mas que pode ser a única solução em determinados casos. “É a expressão de um fim, em que expectativas ficaram frustradas. Entretanto, quando se pensa em vida e em bem-estar, o divórcio pode ser a forma mais adaptativa de se lidar com o que está produzindo sofrimento e outros prejuízos. Portanto, pode ser uma coisa boa, uma saída funcional”.
Para a comerciante Marluce Fátima dos Santos, o divórcio foi uma fatalidade. “É como se eu tivesse caído num precipício. O emocional fica extremamente abalado, a tristeza toma conta”. Divorciada em 2005, ela fala que na época o processo de divórcio era demorado e custoso. “A mudança na legislação facilitou o divórcio. Quando me divorciei, precisava separar e após um ano entrar com o pedido de divórcio. Depois, esperar mais um ano para ficar livre. Hoje não é necessário ir ao fórum, basta ir ao cartório e em menos de uma semana é resolvido”.
O autônomo Augustinho Malacarne se divorciou há seis anos e comenta que a decisão partiu dos dois lados da relação. "As pessoas se separam por diversos motivos, o meu rompimento foi por falta de diálogo de ambos e por questões financeiras. No geral o processo foi bem tranquilo, eu tive apenas os gastos com o cartório, não precisei contratar um advogado, pois estávamos de acordo com a decisão". Malacarne constituiu outra família após a separação. "Eu me casei novamente e estou muito feliz com minha esposa, nos damos super bem".

A taxa de divórcio no Estado é de 3,64% de acordo com o Registro Civil 2014 - (Foto: Camila Fernandes)




