A marcha “Homossexualidade não é doença - Trate seu preconceito” reuniu militantes e simpatizantes dos movimentos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênero (LGBT) na Praça do Rádio, no domingo, 1º, para protestar contra a interpretação dada pelo juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara do Distrito Federal, sobre a resolução 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que proíbe psicólogos de tratarem a homoafetividade como doença. A decisão do juiz é favorável à possibilidade de os psicólogos reorientarem sexualmente pessoas LGBT.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças ou distúrbios em 1990. Em 1999 o CFP publicou a resolução (01/99) que auxiliava os psicólogos a tratar do tema. O Conselho seguiu a Classificação Internacional de Doenças (CID) n.º 10 de 1990, onde afirma que “a orientação sexual por si não deve ser vista como um transtorno”.
A resolução proíbe o psicólogo de participar de eventos que tratem a homossexualidade como desvio de comportamento e de tratar publicamente a condição sexual como distúrbio.
O juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho concedeu liminar que dá nova interpretação da resolução e permite tratamento e a reorganização do indivíduo por meio de ação de psicólogo, para redirecionar sua orientação sexual se solicitado. O CFP entrou com recurso contra a decisão do juiz e conseguiu a anulação da liminar em caráter temporário.
Marcha por direitos
O servidor público Diego Rodrigues, presente no evento “Homossexualidade não é doença - Trate seu preconceito”, acredita que tratamentos de reorientação sexual resultariam em problemas psicológicos e sociais para as pessoas que o procuram. “Há uma pressão da família, às vezes da igreja, da escola, para que as pessoas LGBT modifiquem sua maneira de ser. Então, se alguém procurar por um tratamento desses, não vai ser por livre e espontânea vontade, vai ser por uma pressão social”.