CIDADES

Vendedores ambulantes protestam por melhores condições de trabalho nos terminais da Capital

Os trabalhadores pedem que a Agretran revise a forma de sorteio que destina os pontos dos vendedores nos terminais

Cinthia Migueis, Luana Afonso, Tayana Vaz24/01/2017 - 18h47
Compartilhe:

Vendedores ambulantes que trabalham nos terminais de ônibus de Campo Grande fizeram protesto por melhores condições de trabalho e aumento de vagas nas plataformas de embarque e desembarque. Os vendedores tiveram que realizar o recadastramento no dia 18 de janeiro, na Agência de Transporte e Trânsito de Campo Grande (Agetran), que disponibilizou 135 vagas para 149 ambulantes. O protesto teve cerca de 40 pessoas e aconteceu em frente ao Terminal Guaicurus, onde fica a sede da Agetran.

A presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes Campo-Grandenses (AVACG), Custódia Malaquias explicou que a documentação exigida pela Agetran está na lei e é aceitável,  “mas  deve haver alguma relação entre a Agetran e as lanchonetes fixas, porque além de toda documentação, a Agetran proibiu a venda de lanches pelos ambulantes. E há pelo menos três anos que eles prometem construir estrutura para que os ambulantes sejam regularizados e tenham boas condições para trabalhar, mas até hoje não foi cumprido”.

O processo de recadastramento é feito em duas etapas, na primeira os vendedores devem apresentar a documentação exigida na Agetran. Na segunda etapa, é realizado um sorteio para decidir quais ambulantes poderão trabalhar e em qual terminal eles serão direcionados. Segundo a presidente, esta forma de decisão é ilegal. "A Agetran e o Ministério Público não estão cumprindo um artigo da lei. As vagas tem que ser destinadas para quem já trabalha nos terminais".  

De acordo com a Agência Municipal de Transporte e Trânsito, do total de vagas, 10% foram destinadas a pessoas idosas e 10% para pessoas com alguma deficiência. Os trabalhos serão divididos em três turnos e os ambulantes poderão ficar nos terminais por seis horas. Todos os vendedores que trabalham nos terminais, inscritos ou não na Associação dos Ambulantes, puderam participar do sorteio.

A vendedora Lucimara Adriana trabalha há seis anos no Terminal Guaicurus e vende salgados, sucos, bolos e refrigerantes. Ela afirma que mesmo após ter entregue todos os documentos, validados no recadastramento, não foi contemplada pelo sorteio. "Não dá pra entender porque a lanchonete pode vender e a gente não. Eu vou lutar pelos meus direitos".  


Ambulantes protestam contra forma de cadastro em frente a Agetran (Foto: Luana Afonso)

O vendedor Mário Luis Barbosa, que trabalha há oito anos no Terminal General Osório, também não foi sorteado este ano. "Isso é um monopólio, tenho certeza. Eu tenho cinco filhos, como vou fazer? Meu trabalho é regularizado e eles não me deram nenhuma satisfação". Barbosa afirma que teve que sair três vezes do Terminal, porque a fiscalização da Agetran expulsa os vendedores ambulantes. "Já aconteceu de mandar sair e se não sair, é preso".      

O diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno disse que uma comissão formada por membros da Agetran e Ministério Público Estadual vão averiguar a possibilidade de incluir os vendedores não sorteados nas vagas não preenchidas das 135 oferecidas. A Agetran e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) serão responsáveis pela fiscalização e somente os produtos informados na data da inscrição poderão ser comercializados.


Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também