Mato Grosso do Sul possui 40.917 celulares cadastrados no Sistema de notificação de alertas de desastres via SMS comparado ao total de 3,09 milhões de celulares ativos, conforme dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Campo Grande está entre as três cidades com maior número de aparelhos registrados, 55% do total, em seguida Dourados com 6,6% e Três Lagoas com 5%. O sistema desenvolvido pela Anatel, Secretaria Nacional de Defesa Civil e Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), em parceria com as operadoras de telefonia móvel, está em funcionamento no Estado desde 15 de janeiro de 2018.
De acordo com o coordenador Estadual de Defesa Civil, Tenente Coronel Fábio Santos Coelho Catarineli o trabalho desenvolvido pelas instituições no monitoramento meteorológico e emissão de alertas para a população é uma ferramenta preventiva que aumenta a percepção de risco das pessoas que recebem os avisos. “Através da Lei de 2015, tornou-se obrigatório informar a população quando tem situações de desastres. É uma forma de você preparar, alertar a população para que ela tome medidas preventivas e evite os danos, tanto em relação à integridade física, como também em relação a bens materiais”.
O sistema foi desenvolvido para atender a Resolução da Anatel Nº 656, de 17 de agosto de 2015 que aprovou a regulamentação para ações de prevenção em áreas de risco de desastres e atinge a área de todas as cidades e distritos do estado. Catarineli explica que a rotina da Defesa Civil passou por modificações após a implantação do sistema. “A gente já realizava o monitoramento meteorológico e hidrológico do estado, mas isso teve que se intensificar para ter uma precisão maior na emissão dos alertas, então aumentou-se nosso nível técnico”.
A Defesa Civil enviou alertas de onda de calor, alertas de tempestades e chuvas intensas. Entre os meses de outubro e fevereiro foi o período com mais avisos enviados. A meteorologista e coordenadora técnica do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS), Franciane Rodrigues explica que fatores como zona de convergência de umidade, zona de convergência do Atlântico Sul e transporte de umidade de regiões como a Amazônia favorecem a formação de nuvens de chuvas. “Quando a umidade de uma região e frente fria de outra se encontram, acabam alinhando as instabilidades e formando as chuvas”.

Franciane Rodrigues explica que o alerta emitido é confundido com a previsão do tempo e que as informações enviadas são muitas vezes ignoradas pela população. “As pessoas recebem o SMS no celular, olham para o céu, o tempo está aberto e falam que não está acontecendo nada, mas vai acontecer. A gente olha os modelos e vê que a chuva vai acontecer em determinado horário, mas a gente não coloca o horário e sim um determinado tempo onde a chuva vai acontecer em regiões específicas”.
A meteorologista afirma que o sistema é desenvolvido pelo trabalho integrado entre Defesa Civil e Cemtec/MS para evitar acidentes e prejuízos. A adesão do cadastro no estado ainda é pequena. “A gente observa, daqui sai a informação para todas as Defesas Civis do estado, todos os municípios ficam informados e na véspera do evento, quando o evento é confirmado, a gente pede para que o evento seja enviado para a população”.