VERÃO

Profissionais alertam para riscos de ataques de animais peçonhentos no calor

Verão é considerado período ideal para reprodução e alimentação de animais venenosos

Alessandra Marimon e Kiohara Schwaab14/11/2014 - 15h26
Compartilhe:

Os meses de calor e chuva em Campo Grande costumam ser favoráveis à proliferação de animais peçonhentos. De acordo com o Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), Mato Grosso do Sul registrou, de janeiro a setembro deste ano, 415 ocorrências de ataques de espécies como serpentes, aranhas, escorpiões, abelhas, lagartas, entre outros. Para a farmacêutica do Civitox, Flávia Luiza de Almeida Lopes, os números podem subir no calor devido ao aumento do metabolismo dos animais. "Eles ficam mais ativos, e os riscos de ataques são maiores em seres humanos que vivem tanto na zona rural quanto na urbana da cidade".

A profissional explica que as chuvas de verão são perfeitas para reprodução dos animais venenosos. “As cidades ribeirinhas são as que correm mais riscos nesses casos, mas Campo Grande não está fora”. Segundo ela, até mesmo peixes algumas espécies de peixes podem ser peçonhentas. “Quando há enchentes, procure se abrigar em locais altos e secos e fechar bem as portas e janelas”.

O floricultor Januário Francisco do Nascimento foi atacado por dezenas de abelhas no dia 29 de outubro deste ano. Ele não era alérgico, mas foi orientado pelo Corpo de Bombeiros a permanecer dentro do carro até que as abelhas fossem embora, porque carregava o cheiro dos insetos e poderia atraí-los. "Isso nunca tinha me acontecido antes. Levei um susto muito grande. Estava sentado aqui na frente da loja quando de repente veio aquele enxame e elas me atacaram. Não tive nem tempo para reagir".

O sargento do Corpo de Bombeiros, Valdeir Fernandes, afirma que esse tipo de ocorrência tem se tornado cada vez mais comum no verão campo-grandense. “Quando a pessoa é picada, nós só a conduzimos para o hospital se tiver alguma alergia. Nós checamos a respiração, colocamos um aparelho e transportamos até um posto de saúde ou hospital mais próximo”.

Dados dos Corpo de Bombeiros mostram que, de março a agosto deste ano, foram registrados 347 ocorrências de extermínio de insetos em Campo Grande, o que inclui abelhas, vespas e marimbondos. No ano passado, houve 813 registros desde o mês de janeiro até dezembro.

O que fazer ao entrar em contato com um animal peçonhento?

De acordo com Flávia Lopes, o procedimento padrão no caso de ser picado por um animal peçonhento é, após se certificar de que o animal esteja morto e de que não haja riscos de um novo ataque, colocá-lo em um recipiente de vidro e entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para identificação da espécie.

A farmacêutica afirma que para cada picada de animal peçonhento há uma forma específica de se proceder. “Se entrou em contato com uma lagarta venenosa, que são as peludas e com cerdas, lave o local com água abundante e faça uma compressa fria. Se for serpente, aranha ou escorpião, não feche o local com garrote, não fure ou corte o local e, se possível, leve o animal até uma unidade de saúde”.

Segundo ela, ataques de abelhas são os mais comuns. “Existem dois tipos de reações: a tóxica, que pode provocar destruição dos músculos se forem muitas picadas, e a alérgica, que pode causar desmaio e asfixia”. Nesse último caso, a farmacêutica lembra que é preciso procurar, imediatamente, um médico especializado em alergias ou ir diretamente a uma unidade de saúde.

Medidas de prevenção

A profissional orienta sobre a importância da limpeza. “Nunca jogue lixo orgânico no terreno de casa, que pode atrair serpentes e caranguejeiras. Limpe sempre o jardim usando luvas, tampe ralos e lixeiras e afaste camas da parede. Observe sempre calçados e toalhas de banho, coloque proteção em frentes de janelas e portas e, nunca deixe restos de comida na pia”.

Com a aproximação das férias de fim de ano, a farmacêutica adverte também que, ao passear por fazendas ou balneários, é preciso evitar gritar, usar perfumes fortes ou roupas coloridas. “Tudo isso atrai ou assusta, principalmente, as abelhas. Se tiver qualquer colmeia por perto, o risco de ataque é alto”. Ao entrar em matagais, a farmacêutica também lembra que é preciso usar botas de cano alto, calças e camisas compridas, além de evitar barrancos e buracos.


Infográfico por Alessandra Marimon.

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também