Os projetos sociais Asas do Futuro, União Guaicurus e Jovens Promessas oferecem oportunidades de lazer e educação para jovens em situalção de risco social, em bairros da periferia de Campo Grande (MS). O objetivo das ações é prevenir o trabalho infantil e os atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes em bairros com alto índice de criminalidade. Os projetos atuam nos bairros Dom Antônio Barbosa, na região do Parque Lageado, Alves Pereira, na localidade do Anhanduzinho e Jardim Seminário, que fica na região do Segredo. O Asas do Futuro é realizado pela Associacão de Amigos do Bairro Dom Antonio Barbosa, e o União Guaicurus e o Jovens Promessas, em parceria com as Associações de Moradores dos respectivos bairros.
De acordo com assessora de imprensa da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp-MS), Regiane Ribeiro 113 jovens cumprem medidas socioeducativas nas Unidades de Internação (Unei’s) de Campo Grande. Segundo a assessora de imprensa, Nayara Chaves, o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS) instaurou 42 procedimentos investigatórios e ajuizou cinco ações civis públicas sobre a exploração do trabalho infantil entre janeiro e outubro deste ano.
O Projeto Asas do Futuro atua no bairro Dom Antônio Barbosa, região que concentra população mais empobrecida e com os maiores índices de vulnerabilidade do município. De acordo com dados do Sistema Municipal de Indicadores Georreferenciados de Campo Grande (Sisgram), 94,11% das famílias da região do Parque do Lageado, onde está localizado o bairro Dom Antônio, possuem rendimento nominal mensal de até dois salários mínimos.
A coordenadora do projeto, Jaqueline Teixeira afirma que a iniciativa visa oferecer atividades de lazer e esporte para crianças e adolescentes da região, de forma a impedir que os jovens se aproximem da criminalidade. “O consumo de drogas começou a ser muito predominante aqui na região, assim como o crime organizado. E essa foi uma forma que encontramos que a criança não fique desocupada na rua, e acabe sendo adotada pelo crime organizado. Começamos com o futebol em 1998, e depois agregamos outras oficinas, como o Taekwondô e o balé”.
O assistente social Glauber Miranda, que também atua na instituição, destaca a importância dos programas sociais e educacionais para reduzir a criminalidade e a violência urbana, que, segundo ele, não devem ser combatidas apenas pela repressão policial. "Nos anos que a gente esteve aqui, a gente percebeu que a política da borracha, de só bater nos meninos e essa coisas não resolveu, então a gente criou o projeto Olhar do Futuro, que visa melhorar a qualidade de vida das famílias, para que crianças e adolescentes não tenham a venda de droga como a única alternativa para sobreviver”.