PROTESTOS

Marcha da Maconha reúne centenas de jovens em Campo Grande

Manifestantes solicitam a legalização e a regulamentação do uso da droga

Eva Cruz e Juliane Garcez19/06/2014 - 16h05
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A Marcha da Maconha reuniu cerca de 400 jovens no centro de Campo Grande. Os manifestantes reivindicaram, no dia 24 de maio, a regulamentação da maconha e cobraram novas políticas destinadas ao uso de drogas.

A Legalização da Maconha é um tema que integra o Movimento Antiproibicionista, que busca mudanças nas políticas anti-drogas no mundo todo. No Brasil, o Projeto de Lei 7270/201 protocolado pelo deputado federal Jean Willys do Partido Socialismo e Liberdade, PSOL defende a regulamentação da produção, industrialização e comercialização da Maconha (cannabis sativa) para o uso medicinal e recreativo.

O estudante e militante do Movimento Antiproibicionista, Higor Cirilo, considera a proibição da droga um problema específico da população pobre. "Os bairros ricos têm acesso a todas as drogas sem repressão e sem policiamento". 

O comerciante Marcos Freitas desaprova tanto o uso da maconha quanto a Marcha. "Marchar por essa causa é coisa de quem não tem o que fazer. Existem muitos problemas mais urgentes no Brasil para se protestar".

Segundo o estudante de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS, Sérgio Onça, a "guerra" às drogas tem cor e classe social. "Jovens negros e pobres morrem todos os dias vítimas da repressão policial. A legalização dará fim ao tráfico e controlará o uso da maconha. O consumo de drogas é uma questão de saúde pública, não de segurança". Onça ainda chama atenção para o fato de que em 2012 o Comitê Científico Independente para Drogas da Grã-Bretanha publicou uma pesquisa que indicava que o álcool e o tabaco, que são substâncias liberadas, ocupam posições superiores à canabis no ranking de drogas mais perigosas. Para o universitário "nunca foi comprovado que o uso da maconha levou alguém a overdose. A proibição das drogas mata mais que o consumo em si".

Maconha Medicinal

O uso da maconha para fins medicinais é legal em diversos países, entre eles, Holanda e Bélgica, como aponta o artigo Aspectos Terapêuticos de Compostos da Planta Cannabis sativa, publicado por Káthia Honório, Agnaldo Arroio e Albérico Borges. De acordo com o artigo, a erva se mostrou eficaz para aliviar os sintomas de doenças crônicas, como AIDS, câncer e esclerose múltipla. 

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