SEGURANÇA PÚBLICA

Mato Grosso do Sul tem mais de 10% das mortes causadas de forma violenta

Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública indicam que novembro foi o mês mais violento do ano, com 15 mortes.

Erika Rodrigues e Gisllane Leite10/12/2015 - 19h20
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Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE)  divulgada nesta segunda-feira, 30 mostra que em Mato Grosso do Sul de cada dez mortes, uma foi violenta. Os dados são das Estatísticas do Registro Civil e mostram que em 2014 foram 14.718 óbitos no total e 1.596 classificados como causas violentas, o que representa 10,84% do total. O órgão considera como violentas as mortes provocadas por homicídios, afogamentos, suicídios, acidentes de trânsito.

Em relação a 2013 houve um aumento de 0,31% neste índice. A maioria das vítimas deste tipo de morte no Estado foram homens, 1.319 casos, que representam 82,64% do total. O comandante do Policiamento Metropolitano em Campo Grande, coronel Francisco Ovelar, fala que a maior parte das vítimas de homicídios é do sexo masculino, pois são casos relacionado às drogas. "A pessoa é usuário, ele tem uma dívida no local em que  adquiriu a droga e não tem como pagá-la. Sabendo disso, esta pessoa tenta se esconder e é morta pelos traficantes".

O coronel  explica que a  violência doméstica representa alto índice de morte entre mulheres. "Nós temos os crimes em que pessoas, por não se contentarem com a separação, matam as suas companheiras. Só que este é um crime que a Polícia Militar não tem como prevenir, pois ele acontece dentro dos lares. Muitas vezes as pessoas não relatam estes casos à Polícia, bem como se separam e com uma falsa promessa voltam a conviver, mas se o homem foi violento da primeira vez, continuará sendo violento".

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp) divulgou no dia 27 de novembro, que este foi o mês mais violento do ano, com 15 mortes. Segundo dados da Sejusp de um de janeiro a três de dezembro deste ano, foram 201 tentativas de homicídio doloso, 104 homicídios dolosos, um homicídio culposo, 1515 casos de violência doméstica e 3052 lesões corporais dolosas.

Para o presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Adelaido Vila houve um aumento da criminalidade na Capital nos últimos anos. "O policiamento ostensivo realizado pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal no Centro nos garante uma certa sensação de segurança. No entanto, a investigação, a busca dos responsáveis pelos crimes está tendo falhas. A polícia investigativa não suporta a demanda das rua. O efetivo policial não acompanhou o crescimento da população".

A cuidadora de crianças, Maria Paulina da Silva mora no bairro Terra Morena e diz que se preocupa com os índices de violência. "O meu bairro faz divisa com o Los Angeles, que é muito perigoso.Tenho medo de ficar nos pontos e terminais de ônibus, ocorre muita violência. O problema dos bairros é que não há policiamento, você não vê ronda, nem policiais atuando".

A doméstica Celina Machado foi assaltada quando chegava em casa e revela que teve muito medo. "Ele colocou o revólver no meu ouvido. Me falou para passar a bolsa e que iria atirar caso eu gritasse. Eu falei para ele que podia levar. Depois disso nunca mais saí a noite, às vezes tenho vontade de ir à igreja, mas não vou mais em nenhum lugar sozinha. Quem já foi assaltado com violência fica com trauma, você pensa que poderia ter morrido".

 

 

 

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