COMÉRCIO

Lojistas da área central buscam alternativas para garantir vendas do dia dos Namorados

Expectativa de aumento de 4,5% nas vendas contradiz com a realidade do comércio da 14 de julho após o início das obras do programa Reviva Centro em Campo Grande

Danielle Matos, Rafaela Flôr e Renata Barros12/06/2019 - 15h38
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Comerciantes da região central de Campo Grande criaram estratégias de vendas para chamar a atenção de clientes para a compra de presentes do dia 12 de junho. A expectativa de vendas para o dia dos Namorados deixou de ser atingida por causa das obras do programa da Prefeitura Municipal de Campo Grande, "Reviva Centro". O programa pretende aumentar, além das vias públicas, o espaço das calçadas para circulação de pedestres. Os lojistas que defendem as obras esperam o término das interdições para serem recompensados pela queda no fluxo de clientes. Os comerciantes, que são contra, argumentam que falta planejamento por parte dos responsáveis pelas obras. 

De acordo com pesquisa realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Campo Grande, 420 entrevistados responderam sobre intenção de compra do dia dos Namorados. Os resultados apontam que 67% pretendem presentear independente do local de compras e a expectativa é que o valor médio dos presentes aumente em R$ 10. A pesquisa também mostra que 32% das compras serão em lojas do centro da capital. Entre os itens mais procurados para presentes estão perfumes, com 31%; calçados, 27%; vestuário com 18%; e elétrico eletrônicos, 9%.

O presidente da CDL, Adelaido Vila afirma que mudanças no interior da loja são a principal estratégia para solucionar a baixa procura no centro no dia dos Namorados. "O que a gente percebe é uma atitude de resiliência desse lojista. Ele vem se preparando para as datas comemorativas como nunca antes havia se preparado, tentando transformar o ambiente interno da loja num ambiente mais agradável, melhorando o atendimento e as instalações, uma vez que o lado externo está extramente prejudicado". Vila ressalta que, no cenário atual, as pequenas lojas terão dificuldades para suportar a queda nas vendas. "Os novos empreendimentos estão ocupando os espaços deixados por aqueles que não suportaram a obra. Nós acreditamos que o centro de Campo Grande tem a tendência de ter muitos magazines e vão sobreviver apenas os grandes. Os pequenos, infelizmente, tendem a desaparecer da área central".

O proprietário de uma loja de acessórios e presentes, Djalma Santos afirma que utiliza as redes sociais para aumentar as vendas. "Para atrair os clientes estamos 'bombando' nas redes sociais, com postagens o tempo todo, colocamos novidades, montamos kits de produtos, mas, com certeza, vai ficar abaixo do esperado". Santos acredita que os clientes fidelizados mantém a rotina de compras na rua 14 de julho e ressalta que as vendas devem crescer após o término da obra. "Vem mesmo comprar quem já conhece a loja. Sabemos dessa perda para nós comerciantes e esperamos recuperar em dobro no ano que vem, com um crescimento de 200%".

Vestuário e calçados representam 45% das vendas. (Foto: Rafaela Flôr)

O proprietário de loja de vestuário e calçados, Emerson Caprara afirma que precisou reduzir o número de funcionários desde que as obras iniciaram. "Trabalhava com 10 funcionários e agora estou com cinco, e estão ociosos ainda, posso trabalhar com menos. Está difícil. Trabalhamos com Instagram, Facebook, refizemos a pintura e colocamos som na porta de loja. Aqui tem uma quadra aberta. Entre a Dom Aquino e a Marechal Rondon não chega ninguém".

As obras do programa Reviva Centro, em Campo Grande, objetivam melhorar a mobilidade urbana das principais vias de comércio da capital. A avenida Mato Grosso, na direção bairro-centro, e a rua Dom Aquino estão interditadas para revitalização. 

A acadêmica do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Rayane Rondina diz que as obras do Reviva Centro interferiram pouco durante as compras dos presentes de dia dos Namorados, pois trabalha na região. "Eu já deixo  o carro na loja e vou andando no centro quando preciso de alguma coisa. Por exemplo, parte da surpresa de dia dos namorados da Luiza eu tive que ver tudo no centro, que foi tecido, guardanapo, velas, floricultura. A única coisa que eu não vi no centro foi o presente dela, de resto foi tudo lá. Andei tudo a pé. Não me atrapalharam as obras porque justamente eu não vou ao centro de carro".

Conforme divulgado pela assessoria de imprensa da prefeitura na página da Agência Municipal de Notícias de Campo Grande, o Reviva Centro está com 70% das obras concluídas e tem previsão de ser inaugurado em novembro deste ano.

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