TRÁFEGO DE CICLISTAS

Ciclistas realizam manifestação com melancias na cabeça

Patrick Alif e Victor Hugo Sanches23/09/2014 - 16h18
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Ciclistas de Campo Grande organizaram um movimento com a intenção de conscientizar os condutores de veículos motorizados para os cuidados e atenção necessária com o tráfego de bicicletas nas ruas da capital. A ação aconteceu na comemoração do Dia Mundial sem Carro, 22 de setembro, no cruzamento da Av. Afonso Pena com a Rua 14 de Julho e teve a participação de 10 ciclistas que integram o grupo Sopa de Pedras.

O movimento utilizou como lema o ditado popular brasileiro “Se quer aparecer, coloque uma melancia na cabeça”. De acordo com o ciclista e coordenador do movimento, Nilson Young, a intenção com a ação é alertar os motoristas a terem mais atenção com os ciclistas no trânsito diariamente. “Os motoristas ficam surpresos por estarmos com cascas de melancias na cabeça. Por isso, essa é uma forma de deixar explícito aos condutores que as pessoas que transitam com bicicletas devem ser respeitadas diariamente no trânsito e não somente em situações inusitadas como essa.”

De acordo com o vereador Eduardo Romero, existem cerca de 150 mil pessoas que utilizam bicicletas nas vias urbanas de Campo Grande. Na opinião do vereador, os motoristas que transitam com seus veículos pela cidade não respeitam as leis básicas de segurança para os ciclistas. “Aqui em Campo Grande, as pessoas não costumam obedecer à distância mínima de 1,5 metros entre um carro e uma bicicleta, previsto no Art. 201 do Código de Trânsito Brasileiro. Tal situação acontece, na maioria das vezes, por desconhecimento da lei.”

Ciclistas no trânsito

Para Romero, o ciclista deve ter responsabilidade no trânsito. “É necessário para as pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte e lazer, ter a consciência das leis de trânsito e realizarem o uso de equipamentos e acessórios para maior segurança”.

Na opinião do motorista José Luiz Neres da Silva, os ciclistas de Campo Grande estão despreparados para circularem no trânsito. “Várias vezes observei em vias de mão única, ciclistas imprudentes que transitavam na contramão. Acredito que deveria existir um curso de preparação para os ciclistas, assim como existe para os motoristas”.

De acordo com a coordenadora de um grupo de ciclismo, Elijane Coelho, os motoristas devem ter mais atenção ao tráfego de ciclistas no cruzamento entre uma ciclovia e outra. “Eu fui vítima de um acidente, onde o motorista parou na faixa preferencial, olhou para o cruzamento na minha direção e procurou se atentar somente a outros veículos de grande porte. Pensei que ele tivesse me visto, mas isso não aconteceu. No momento em que passei com a bicicleta ele também avançou o veículo e me atingiu”.

Ciclovias e acidentes

Elijane Coelho diz que as ciclovias que existem na capital não funcionam de forma adequada. “Elas deveriam ser planejadas como meio de transporte útil para o cotidiano e não somente para lazer”.

De acordo com a ciclista, o número de acidentes que envolvem pessoas com bicicletas no Brasil, é maior que o apresentado nas estatísticas. “Aqui no nosso país existe dificuldade no registro de acidentes com ciclistas. Caso a pessoa não fique ferida ou não receba atendimento médico, essa ocorrência não é registrada pelo Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran).”

O BPTran divulgou o número de vítimas fatais que envolveram acidentes com bicicletas até agosto deste ano, aumentou em relação a agosto de 2013. Até agosto de 2014, foram registradas cinco mortes, três a mais em comparação ao mesmo período do ano passado.


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