Campo Grande está na oitava posição entre as capitais do país com os maiores números em acidentes de trânsito, segundo dados disponibilizados pela seguradora Líder, administradora do seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre (DPVAT). O boletim mostra que na capital 2.052 ocorrências de acidentes foram registradas em 2017. Levantamento realizado pela seguradora no período de janeiro a outubro deste contabilizou 488 indenizações por morte e 4.498 indenizados por invalidez permanente em todo o estado devido à violência no trânsito.
Segundo a chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Ivanise Rotta houve um aumento no número de casos de acidentes graves na cidade. De acordo com ela, um dos motivos do aumento nos registros é a velocidade dos condutores nas vias. “O que aumentou foi a gravidade, consequentemente os acidentes graves aumentaram e os óbitos em 2018 também teve esse aumento, ou seja, o fator de risco se torna a gravidade. Gravidade está relacionado com velocidade, quando o condutor fica internado mais de 24 horas é considerado acidente grave, se foi internado e morre dentro de 30 dias é acidente fatal, quem determina esse monitoramento é a organização mundial de saúde, já o acidente leve que o condutor se machucou, foi para uma upa ou posto de saude e saiu em menos de 24 horas aí é acidente leve”.
O boletim da Seguradora Líder aponta que os motociclistas estão entre os mais envolvidos nos acidentes de trânsito da capital. Ivanise Rotta afirma que esses condutores estão no grupo de vítimas por causa da vulnerabilidade a que estão expostos. “O motociclista é o que mais se acidenta, está sempre no grupo de vítimas, pela vulnerabilidade, na verdade o motociclista é um pedestre voador, os condutores campo grandenses morre porque corre. Quando eu assumo um volante e ando mais de 50 km/h a probabilidade de eu me acidentar gravemente em caso de batida ela chega a 90% de chances”.
Segundo o subcomandante do Batalhão de Trânsito de Mato Grosso do Sul (BPTran), Willian Silva do Nascimento o alto índice de acidentes está diretamente ligado à falta de atenção e inabilidade dos motoristas. “As pesquisas mostram que o fator humano é responsável por 90% dos acidentes. As causas de acidente hoje são o excesso de velocidade, a falta de atenção, a falta de perícia do condutor e a não-habilitação, fazendo com que os números aumentem. Obviamente que isso tudo aliado ao aumento da frota e a infraestrutura, são questões que estão ligadas ao número de acidentes de trânsito". Nascimento ressalta que a circulação de motoristas sem habilitação é um dos fatores que agravam a situação do trânsito campo-grandense. “A gente flagra muitos condutores não-habilitados. São condutores que por vezes desconhecem a legislação, porque não possuem o conhecimento adequado”.