Os lares de idosos de Campo Grande estão com lista de espera por causa dos problemas estruturais, como oferta de leitos e equipamentos, além de dificuldades financeiras. As Instituições de Longa Permanência (ILPI), ou asilos como são conhecidas, têm falta de funcionários, medicamentos e produtos para a manutenção diária. Na capital existem três instituições filantrópicas, o Recanto São João Bosco, a Associação dos Amigos da Casa de Abraão e a Sociedade de Integração Reabilitação Pessoa Humana (SIRPHA Lar de Idosos).
Campo Grande possui 18 asilos privados e nenhum asilo público, e instituições filantrópicas que cumprem a função social de receber e cuidar de idosos que estão em situações de risco ou que não possuem família, além daqueles que têm familiares sem condições de colocá-los em uma casa particular. Por serem filantrópicas elas não são mantidas pelo poder público, a ajuda é feita por meio de convênio com a prefeitura, que cede funcionários. Para completar a receita das instituições, elas arrecadam doações da sociedade e os idosos devem ceder 70% de sua renda, muitas vezes de um salário mínimo, e os outros 30% são destinados ao uso pessoal. As três instituições têm parceria com a Secretária de Assistência Social (SAS) e há uma quantidade de idosos que devem receber.
O Recanto São João Bosco é o lar para idosos que está em pior situação. Com 92 anos de existência e 89 idosos, a maior instituição de longa permanência de Campo Grande está com uma dívida de três milhões de reais relacionada a direitos trabalhistas, tem folhas de pagamento atrasadas, e em dezembro de 2015 foram demitidos 52 funcionários. O asilo tem capacidade para 110 idosos.
O estado de saúde dos idosos é classificado por seus graus de dependência. O São João Bosco tem muitos de seus moradores com grau III, ou seja, que necessitam de assistência em todas as atividades cotidianas ou têm comprometimento cognitivo. A instituição funciona como uma clínica, possui atendimento médico no próprio local, dois médicos são cedidos pela prefeitura e o outros são voluntários. Contam também com uma psicóloga e fonoaudióloga voluntárias e ainda falta uma fisioterapeuta. O presidente da instituição, Gersino José dos anjos afirma que a intenção é buscar recursos para atender idosos. “O apelo que a gente faz, estamos fazendo, procurando os poderes públicos a voltarem os seus olhos para essa instituição que tá deixando de ser asilo pra ser um hospital, uma instituição mista. Isso dificulta, aumenta o custo, o custo por idoso”.