Campo Grande registrou neste ano o maior índice de crianças e adolescentes acolhidos, com 175 indivíduos em abrigos e casas de acolhimento. Crianças de zero a três anos e adolescentes de 12 a 15 anos representam os principais grupos entre as crianças e adolescentes cadastrados no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento. Os abrigos da capital possuem 14 jovens aptos para adoção.
Mato Grosso do Sul é o estado da região Centro-Oeste com o maior número de crianças e adolescentes registrados em abrigos e casas de acolhimento. O estado registra cerca de 700 crianças e adolescentes em situação de abandono parental. Crianças e adolescentes aptas para adoção representam 16% do total.
Segundo a coordenadora de Imprensa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Marília Capellini Nascimento o acolhimento é uma medida excepcional que ocorre quando crianças e adolescentes estão em situação de risco junto aos seus familiares ou responsáveis. “O objetivo principal é tirá-las da situação de risco até que se consiga, pela aplicação das políticas públicas de assistência social, a reversão do quadro. Em alguns casos isso não é possível pelos variados motivos, como abandono, violência sexual, dependência química dos pais ou responsáveis, sendo necessária a colocação destes em famílias substitutas”. O Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento também disponibiliza dados referentes ao perfil dos jovens em todo o estado, características dos adotantes e a especifidade de crianças e adolescentes buscados.
Marília Capellini Nascimento explica que é necessário que ocorra o processo de destituição do poder familiar para que uma criança ou adolescente esteja apta para adoção. “Constatada a necessidade de destituição do poder familiar, o Ministério Público entra com o processo e, uma vez procedente, a criança ou adolescente é colocado para adoção. A depender da idade, também é perguntado se deseja ser colocado em outra família ou não”. Segundo Marília Nascimento, restituição da criança ou adolescente para o contexto familiar representa mais de 70% dos casos.
De acordo com a coordenadora da organização não-governamental Casa da Criança Peniel, Márcia Ribeiro o acolhimento é uma medida tomada em situações consideradas extremas e que as instituições têm como objetivo trabalhar para reduzir o tempo que crianças e adolescentes ficam sob acolhimento. “A gente entende que o melhor para a criança é estar em família, quando não é possível a família biológica, que seja uma família substituta. Dependendo do processo ou do motivo que a criança foi acolhida, ela pode ficar uma semana, um mês, dois meses ou até um ano”.

Crianças brincam na Casa da Criança Peniel, instituição acolhe crianças de até oito anos de idade - (Foto: Lucas Artur)




