A Agência Nacional de Cinema (Ancine) e o Ministério da Cultura abriram edital de R$10 milhões para fomentar a produção audiovisual brasileira. Com a exibição de documentários reduzida, os espectadores campo-grandenses precisam recorrer a cineclubes, pois a cidade tem três franquias de cinema e nenhuma delas apresenta documentários.
Segundo a coordenadora do cineclube Cinema (d)e Horror, Carolina Silva, os cineclubes são uma alternativa para aqueles que apreciam o cinema documental. “São uma alternativa para a difusão de documentários, de curta-metragens, de filmes de arte, enfim, de uma série de categorias de filmes que não costumam ser adequadamente contemplados nos circuitos comerciais”. Para Carolina Silva, o público tem resistência aos filmes documentais, pois “pensam que documentários se limitam àquelas produções estilo National Geographic, algo mais voltado para um jornalismo tradicional”.
O fotógrafo Everson Tavares, que organizou uma campanha para a exibição do documentário “O Sal da Terra” diz que o público campo-grandense não está acostumado a assistir esse tipo de filme. “Não tem tanta abrangência de público por aqui. Existem outros documentários que não passaram aqui mesmo sendo documentários de prestígio nacional. A cidade não está acostumada a assistir documentários”. Seguro Tavares, o público é reduzido, “a gente tem outras experiências com documentário que tem uma abrangência de público muito bacana, tem festivais de documentários rolando aqui”.
“O Sal da Terra”, filme que Tavares se mobilizou para exibir, é um documentário biográfico sobre o fotógrafo Sebastião Salgado dirigido pelo cineasta alemão Wim Wenders e por Juliano Ribeiro, filho de Salgado e concorreu ao Oscar 2015 na categoria “Melhor Documentário”. Sem perspectivas de ver o filme nas telas dos cinemas, Tavares e um grupo de fotógrafos abriram uma petição na internet, que alcançou mais de 150 assinaturas.

Cinemas da Capital não exibem documentários - (Foto: Fernanda Nogueira)



